Depois de cerca de 11 anos de inatividade, volta a ser reabilitada a Associação de Melhoramento de Festas e Feiras de Podence, concelho de Macedo de Cavaleiros.
A associação ficou desfeita em 2003, tendo passado a ser regida pela Junta Fabriqueira da aldeia.
A nova direção, única lista candidata, tomou posse no passado sábado. Foi eleita com 129 votos, num universo de votantes que ronda os 200, ou seja, só os habitantes residentes tiveram direito a assento.
António Alves, de 29 anos e formado em Engenharia Agrária, é o novo presidente. Chegou a hora de retomar esta associação, diz o jovem, depois de ter havido pressão da população nesse sentido.
“Para tentar fazer o mais possível pelo povo.
Esta Associação estava desativada á cerca de 10 anos e acho que chegou a altura de reabrir de novo a associação de acordo com toda a população, isto para haver melhoramentos na feira, nas festas e nas infraestruturas que esta associação tem.
O povo começou a revoltar-se porque tínhamos a casa do povo no cimo da aldeia que se encontrava degradada, e ninguém fazia nada. Chegou-se a conclusão que teria que se ativar.”
António Alves afirma ainda que o primeiro passo vai ser averiguar que bens há em posse da Junta Fabriqueira, para voltarem para as mãos da associação.
A prioridade passa também pela requalificação da Casa do Povo, agora em avançado estado de degradação.
“Isso agora é o que vamos tentar apurar e ver a verdade para se explicar ao povo, para que não haja dúvidas.
Para já é tratar da casa do povo, que é a sede da associação que está praticamente em ruínas.
No que diz respeito a feira temos que arranjar melhores condições aos feirantes e tentar fazer o melhor possível.”
O presidente da Junta da União de Freguesias de Podence e Santa Combinha explica que a associação, que tem como fim organizar as feiras mensais de gado e angariar dinheiro para as festas em honra de Santa Eufémia, funcionou por 23 anos, até ter cessado em 2003.
Agora volta com uma equipa jovem e na qual João Alves da Junta acredita.
“Foi uma das promessas que eu fiz durante a minha campanha eleitoral, pois me foi pedido por várias pessoas ativar a Associação de Melhoramento de Feiras e Festas.
Esta associação existiu, e foi criada salvo erro em 1980, com o intuito de gerir a feira de Podence e as festas de Santa Eufémea com o objetivo de angariar fundos para a construção das capelas de Santa Eufémea, que é a padroeira daqui da freguesia.
Entretanto a direção que lá esteve ácerca de 12, 13 anos decidiram cessar funções e entregaram a associção ao pároco da freguesia constituiram-no como o fiel depositário dos bens da associação até que surgisse uma nova direção.
No tempo, as situações foram-se protelando, não havia coragem de pedir ás pessoas que estavam encarregues de lhes dizer que a associação devia ser revitalizada e chegou o tempo, conseguimos uma equipa fantástica de jovens que estão com vontade de reativar a associação e esperamos que façam um bom trabalho.”
Alguns populares presentes na tomada de posse da nova direção alegam que houve má gestão por parte da Junta Fabriqueira, muito por causa do mau estado de conversação da Casa do Povo da aldeia, e mostram-se contente com esta reativação.
É o caso de António Rodrigues e de Fátima Bragada.
“Há alguma coisa a fazer e já há muito tempo que devia ter sido feita, acho que é o momento oportuno para o fazer.
Lembro-me desta associação ainda ativa. Dava uma boa ajuda às feiras do gado.
Dava certamente que dava, deixaram isso morrer não sei porquê, nem porque motivos, mas enfim é assim.
Também não concordava então que estivesse entrega a Junta fabriqueira, fui sempre contra a isso não é agora que vou dizer que sim, isto porque eles nunca conseguiram fazer nada daquilo que devia ter sido feito, perderam tudo o que tinham.”, é a opinião de António Rodrigues.
“Eu acho que nunca foi gerida pela Junta fabriqueira, acho eu, porque está como está não devia haver patrão estava completamente abandonada. O espaço em si diz tudo as pessoas que conhecem Podence e que conhecem a feira, o cemitério, olham para aquele edificio que foi construido pelas pessoas da aldeia (mão de obra e suporte de custos).
Nós população, sentimos uma mágoa ao ver aquele património abandonado.”
Contactado pela Onda Livre, o pároco de Podence à época, e por isso presidente da Junta Fabriqueira, e que não quis gravar declarações, Manuel Marques, afirma que na altura da desativação foram constituídos fiéis depositários dos bens da associação, mas que o acumular de funções a que isso os deixou sujeitos não os deixou numa situação fácil. Por isso, apenas faziam o que lhes era possível, considera o pároco, que era, no caso, a organização da feira de gado e devida recolha da taxa de ocupação dos feirantes.
Quanto ao dinheiro existente, Manuel Marques revela nunca ter tido acesso a contas, porque assim não o entendeu, por não ser da sua competência. Declara, no entanto, que algumas verbas foram sendo investidas em obras na igreja.
Problemas à parte, a nova direção da Associação de Melhoramento de Festas e Feiras de Podence já se encontra ativa, depois de ter estado parada 11 anos.
Escrito por ONDA LIVRE