O PS alertou para o facto de a câmara municipal apenas estar a faturar 20% da água que entra no sistema de abastecimento.
Este alerta surge com base nos relatórios anuais da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que coloca de Macedo de Cavaleiros na cauda dos 276 municípios que foram avaliados no que toca aos prejuízos com a distribuição de água.
Fernando Castanheira Pinto, vereador do PS, afirma que é necessário perceber como se perde a água não-faturada, que, por mês, chega a custar 100 mil euros.
“O município de Macedo de Cavaleiros apenas fatura 20% da água que entra no sistema e as razões porque isso acontece são variadíssimas.A câmara tem que estar atenta a isso porque está a representar sempre um défice mensal na ordem de 100 mil euros, entre aquilo que custa a água ao município de Macedo de Cavaleiros e aquilo que se está a faturar aos munícipes é um valor extremamente importante em que a câmara tem que se debruçar sobre isso para saber de que origem são as perdas, porque são de vários tipos.
As condutas são antigas, é necessário substituilas quando para isso houver condições, e podem ter variadíssimas fugas. No entanto eu não acredito que aí estejam os valores maiores que se perdem. Há aqui perdas comerciais certamente muito grandes, tem que haver muitas ligações ilegais que eu não posso afirmar quantas, onde e como. O que é certo é que no sistema entram 2 milhões e 200 mil metros cúbicos e a câmara apenas fatura 20% deste valor.”
O vereador da bancada rosa não acredita que estas perdas sejam reais, e pede à câmara municipal que se debruce sobre este problema.
“Sabemos que os serviços em baixa, como são as redes de distribuição que há sempre perdas e perdas na ordem dos 20, 30%, já seriam perdas aceitáveis. Mas agora estamos a falar em perdas de 80%.
Não acredito que sejam perdas físicas reais. Nós não vemos para aí água a desperdiçar-se por todo o lado com ruturas de condutas ou o que quer que seja, tem que haver outra forma para ela se estar a perder, perder entenda-se agora isso a cãmara tem que deitar mãos ao problema, digamos tem que se centralizar na sede do concelho e nas freguesias, porque isto não é um problema só da sede do concelho.
São números astronómicos posso-lhe dizer que de todas as entidades, municípios que são avaliados pela entidade reguladora pela ERSAR, Macedo de Cavaleiros a nível nacional apresenta-se no último lugar isso é muito mau para nós.”
Em resposta, o presidente do município, Duarte Moreno, avança algumas causas para as perdas deste bem essencial.
“Nós estamos a falar em termos médios 1 milhão e 200 mil euros por ano isso pode advir de muitas coisas. Temos uma parte do nosso concelho que está a ser abastecido mas não está municipalizada a água, o que significa que as pessoas estão a receber água tratada e estão a consumi-la e provávelmente estão a fazer regadio também dessa mesma água. Temos e tivemos e que infelizmente já vimos que de fato havia fugas que nós detetamos com mais de 3 anos com grandes caudais.
Temos também edifícios públicos e algumas instituições que não estão a pagar a água e também temos aqueles que recebem a água e não pagam, também há uma parte de pessoas que não pagam e nós não podemos cortar a água, por ser um bem essencial.”
O autarca salienta que já estão a ser tomadas diligências para que haja menos perdas de água, e que a municipalização da água acarreta muitos custou.
Diz ainda que os valores divulgados são apenas de uma média.
“Existe aqui de fato muitas coisas que contribuem para esse défice da água, obviamente precisamos de saber onde está o problema. Sabemos que um dos problemas está na municipalização da água porque é uma corda muito grande de freguesias que estão a receber a água e não estão a pagar.
Nós tínhamos um tempo médio de 3 semanas para arranjar uma fuga, hoje temos um tempo médio de 1hora, portanto diminuímos significativamente o trabalho das fugas. Estamos a trabalhar das 8 da manhã ás 8 da noite em termos de trabalho efetivo e depois ficamos com o piquet para as 24 horas.
Estamos a fazer todo o nosso trabalho é óbvio que ninguém gosta de ver a sua terra com números deste tamanho, mas estamos a falar de uma média não significa que essa média que o vereador Fernando Rui falou se aplique mesmo a Macedo de Cavaleiros, portanto falamos de uma média e é uma simples média. para as 24 horas.
Estamos a fazer todo o nosso trabalho é óbvio que ninguém gosta de ver a sua terra com números deste tamanho, mas estamos a falar de uma média não significa que essa média que o vereador Fernando Rui falou se aplique mesmo a Macedo de Cavaleiros, portanto falamos de uma média, e é uma simples média.”
Segundo dados da ERSAR, citados pelo vereador do PS, Fernando Castanheira Pinto, dos 2 milhões e 200 mil metros cúbicos de água que entram no sistema, apenas cerca de 20% são faturados. Ou seja, por ano o município perde 1 milhão e 200 mil euros com a distribuição de água.
De relembrar que esta realidade é comum a outros municípios, e que a solução pode passar pela verticalização do serviço.
Também de acordo com dados da ERSAR, o município de Macedo de Cavaleiros regista qualidade excelente na água de consumo, com 98,29% de segurança na água em alta e 98,30% na água em baixa.
Escrito por ONDA LIVRE