Mais de metade da produção de castanha pode estar perdida nos concelhos de Bragança e Vinhais. Os castanheiros estão a perder a folha antes do tempo e os ouriços ficam na árvore e não desenvolvem o fruto. Trata-se de um fungo que está a afectar os soutos, por causa do excesso de chuva e temperaturas baixas durante o Verão.
Na freguesia de Espinhosela, no concelho de Bragança, os agricultores estão desolados e calculam prejuízos avultados nesta campanha da castanha.
“A produção ficou àquem do esperado. Parecia um ano radiante, até acima da média, visto à cerca de 2, 3 meses atrás.
Veio-se a verificar foi o contrário.”, diz um dos produtores de castanha da região.
“Penso que a produção seja 60% inferior à do ano passado. Os soutos estão miseravelmente queimados, não tenho recordação de nada assim. Esperamos que a árvore não fique afetada.”
“Para mim, esta queima foi terrível, e a seiva do castanheiro paralisou. Basta olhar para o arvoredo.”
A Junta de Freguesia de Espinhosela já questionou a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, que enviou uma circular em que explica que se trata de um fungo que está a afectar os castanheiros. O presidente da Junta, Telmo Afonso, diz que nesta campanha já não há nada a fazer.
Este problema está a afectar os soutos em toda a região transmontana e há zonas onde se prevêem quebras na ordem dos 80 por cento. O presidente da Arborea – Associação Agro-Florestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana defende que o Governo disponibilize uma linha de apoio para os produtores de castanha afectados. “Este ataque é muito parecido com uma tempestade, é um desastre. Se não vierem apoios, será mais una injustiça a juntar a muitas outras para a região”, garante Eduardo Roxo.
Quebras superiores a 60 por cento na produção de castanha no concelho de Bragança. Na região transmontana há zonas onde as perdas na produção ascendem aos 80 por cento. À quebra nos rendimentos os produtores vão ter agora que juntar os custos com o tratamento dos castanheiros no final da campanha para tentar salvar a produção do próximo ano.
Informação CIR (Rádio Brigantia)