Depois de Valpaços e Bragança, a Vespa do Castanheiro foi detectada no Concelho de Vinhais. Uma árvore infestada com a praga que destrói os gomos e leva a perdas de produção foi descoberta no final da semana passada em Vilar Seco de Lomba.
A chegada ao concelho originou medidas da Câmara Municipal, que organizou um gabinete de acompanhamento do caso. Já a partir de hoje, técnicos da Arbórea, a Associação Agro-Florestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana, em conjunto com as juntas de freguesia, vão inspecionar os soutos plantados durante o último ano, como explica o vice-presidente da autarquia de Vinhais, Luís Fernandes.
“Quando a Arbórea nos informou, em conjunto delineamos uma estratégia que passou logo por informar os presidentes das juntas de freguesia para afixarem o aviso em relação a essa situação.
Equipas técnicas da Arbórea vão passar a fazer vistorias a todos os soutos que foram plantados este ano, acompanhados pelos respetivos donos, pelos presidentes de juntas de freguesia e vai ser lavrado um auto de vistoria para tomar as medidas que eles entendem que são necessárias, que passarão por cortar e queimar as galhas infetadas.”
Como em outros casos também, no concelho de Vinhais a vespa foi detectada num castanheiro híbrido importado, este com origem em Espanha. A atenção vai assim estar virada para as novas plantações, que devem ultrapassar os 15 mil castanheiros, de acordo com Abel Pereira, da associação Arbórea.
“Calculo que o concelho de Vinhas tenha plantado entre 50 a 100 hectares de castanheiros.
Fora os que são reposições de todas as áreas mais sensíveis ao ataque e onde estão a aparecer os focos do ataque das vespas das galhas do castanheiro, é que vão ser objeto da nossa visita.
Além da visita há sempre o aspeto da sensibilização, vamos acompanhar as pessoas, fazer vistorias e caso exista o foco, obrigatoriamente vamos tentar elimina-lo nesta fase, em castanheiros plantados este ano e naqueles que tenham vindo de fora do país.”
O responsável explica que existe uma janela de atuação curta, antes de a larva se transformar em insecto.
“Durante o mês de maio temos de fazer o levantamento, portanto, esse é o nosso prazo. Porque a partir de julho, provavelmente a larva estará desenvolvida e irá sair o adulto que irá o voo e as posturas em quantidade, portanto, agora temos de as localizar. O crescimento é exponencial, cada ovo que existe poderá dar 100 e a partir daí a situação torna-se incontrolável. É um contrarrelógio que se tem de fazer.”
Este é o terceiro caso detetado na região.
80 por cento da produção nacional de castanha está concentrada Bragança e Vinhais, onde o sector gera um rendimento de cerca de 50 milhões de euros ano.
Informação CIR (Rádio Brigantia)