É mais um caso insólito ligado à NOS.
Um casal de Macedo de Cavaleiros recebeu uma execução referente a uma alegada dívida que, com juros e despesas de processo, já ascende aos 2147,88€, contraída com a empresa de telecomunicações em 2012. O problema é que as faturas em atraso dizem respeito a uma morada do Seixal, no distrito de Setúbal.
É a Fernanda Vinhas que é dirigida a execução. Diz nunca ter ido, sequer, ao Seixal, e nunca ter tido um contrato com a NOS.
“Cheguei a casa no dia 5 à noite, fomos ver o correio, e tinha lá um aviso de uma senhora doutora que me estava a mandar uma execução. Eu fiquei logo descontrolada e nessa noite já nem dormi. Depois, no dia 6, fui de manhã ao correio para levantar a dita carta que vinha registada, e a nossa surpresa foi quando a abrimos e nos deparamos com um processo de execução, sem nunca ter tido nenhum contrato com a NOS.
Nunca fui notificada para nada, nunca recebi nenhuma fatura, nada, nunca recebi nada. Apenas recebi esta execução. Nunca estive no Seixal, muito menos morei lá e a morada que vem aqui é de lá.”
No contrato está o nome completo da esposa de José Vinhas e o número de identificação fiscal. O resto dos dados pessoais não consta no processo, o que leva o casal a acreditar numa usurpação de identidade.
“Eu acho que é uma usurpação do número de contribuinte.
Está aqui uma carta em nome de Fernanda da Assunção Madureira Vinhas, em que o estado civil é desconhecido, apenas tem o nome com a morada na Avenida Carlos Ribeira, também do Seixal. Não tem data de nascimento, não tem filiação, estado civil desconhecido, e a minha mulher já é casada há 43 anos, portanto, não é desconhecido.
O número de contribuinte da minha mulher é o que está aqui, agora como veio aqui parar não sei.”
José e Fernanda moraram cerca de 40 anos no Porto, onde trabalhavam, e regressaram à terra natal em junho de 2011, e o alegado contrato terá sido celebrado em setembro de 2011, ou seja, data em que já moravam a tempo inteiro em Macedo de Cavaleiros. Dizem ter serviços NOS em casa, mas no nome de José Vinhas, que garante ter as contas em dia.
“Eu tenho um contrato com a NOS, efetivamente, mas em meu nome que é da televisão via satélite e telefone. E é a única coisa que tenho com eles mas está em meu nome.
Já há muitos anos tenho este serviço em Macedo de Cavaleiros, o pagamento é feito por débito direto e está tudo em dia.”
O casal afirma que esta situação lhe está a causar desgaste emocional. Contam andar preocupados e angustiados.
“Esta situação veio-nos fazer muito mal porque eu tenho problemas cardíacos e tenho andado muito doente por causa deste caso.
Estamos muito preocupados e angustiados. Não dormimos à noite sempre a pensar no assunto e queríamos ver isto resolvido o mais rápido possível. Espero que se venha a resolver porque eu nunca fiz contrato nenhum com a NOS, não assinei nada e, portanto, não tem explicação.”
À Rádio Onda Livre, o gabinete de Relações Públicas da NOS disse sobre este caso que “após a reclamação apresentada foram naturalmente tomadas todas as medidas necessárias e possíveis, em conjunto com o cliente e outras áreas da empresa, de forma a apurar a verdade e a eventualidade de um terceiro ter usurpado os dados. Apesar da recusa do cliente em ceder a documentação necessária para o cruzamento de dados, a NOS já deu instruções que até ao término do inquérito, a penhora seja suspensa, minimizando eventuais danos para o cliente”.
Há cerca de duas semanas, veio a público um caso semelhante relatado no Peso da Régua, com a empresa NOS a dar a mesma resposta.
Apesar das garantias deixadas pela empresa de telecomunicações, o casal admite processar a NOS, e entretanto já apresentou queixa contra desconhecidos por usurpação de documentos.
Escrito por ONDA LIVRE