A Gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro vai ser candidata a Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.
A pretensão foi ontem apresentada no restaurante Maria Rita, na aldeia de Romeu, Mirandela e tem como promotoras a Desteque, a Corane e o Douro superior, três associações de desenvolvimento local.
Evidenciar o potencial dos produtos endógenos de um território único, é o da candidatura, nas palavras de Duarte Moreno, presidente da Desteque e autarca macedense.
“O motivo é a simplicidade da nossa gastronomia e a complexidade de estarmos à mesa. E é esta a simbiose de um território que é único nesta singularidade. O território em si produz e tem bons produtos da terra e queremos ligá-los à gastronomia.
Penso que em Portugal não haverá outro território com tantas denominações de origem, tantas IGPs como em Trás-os-Montes e Alto-Douro e queremos estudar isso mais afincadamente, dar este saber-fazer às gerações vindouras e, assim, transmitir este património que é único e ficará para aqueles que hão de vir depois de nós.”
Uma candidatura que, segundo Duarte Moreno, não envolve só gastronomia mas várias potencialidades da região.
“A candidatura envolve tudo, pessoas, cultura, os produtos da terra, a gastronomia, ou seja, todo um território à volta destes produtos da terra e desta gastronomia. Não queremos só gastronomia por si só, mas tudo que a envolve.
A gastronomia aqui tem de ser cultura, emoções, território, tudo tem de estar associado.
Vai ser um trabalho de recolha muito grande, contando com o que já temos até agora.”
Brevemente, vai haver uma seleção dos produtos que vão fazer parte da candidatura. Alguns já chegaram a ser apresentados, como enuncia António Monteiro, Grão-Mestre da Confraria dos enófilos e gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro.
“É uma candidatura que está a ser debatida, onde vão ser selecionados muitos produtos que povoam esta região, a acontecer a curto prazo.
Ultimamente foi apresentada a Amêndoa de Moncorvo, o salpicão de Vinhais, o Porco Bísaro, os vinhos que, muitos deles, originam de castas autóctones, os cabritos Transmontanos, o Borrego Terrincho, há uma infinidade muito grande dessa tipologia de produtos. E sendo já indicações geográficas ou denominações protegidas têm a sua história muito bem contada. São produtos que vão integrar esta candidatura.”
A apresentação formal deve ocorrer em 2018.
Escrito por ONDA LIVRE