24h após a abertura do túnel, já mais de 17 mil carros atravessaram o Marão

A Autoestrada do Marão, que liga Amarante a Vila Real, foi atravessada ontem por mais de 17.882 mil veículos.

Esta é, de resto, a média diária que a Infraestruturas de Portugal espera daqui para a frente.

A autoestrada, que incluiu o Túnel do Marão e que liga Amarante a Vila Real, foi inaugurada no sábado pelo primeiro-ministro.

António Costa disse na cerimónia que esta nova rodovia é tão importante como a ponte 25 de Abril, em Lisboa.

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“Hoje é um dia histórico para o nosso país, com a inauguração desta infraestrutura.

Creio que não exagerarei se disser que desde a ponte sobre o Tejo, inaugurada há 50 anos, nenhuma outra outra infraestrutura tinha sido tão importante para vencer uma barreira natural. Há 50 anos, o Tejo. Hoje, o Marão.”

António Costa salientou ainda que a região transmontana pode agora contribuir para afirmar a economia portuguesa no mercado ibérico.

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“Significa isto que esta zona raiana não pode ser o interior do litoral, mas tem que ser a frente avançada para a afirmação da economia portuguesa, no conjunto do mercado ibérico.

Há uma outra galeria aqui ao lado, que corre em direção à fronteira, à Europa. Posiciona este território não só perto do Porto, mas também é vizinho de uma região espanhola, onde vivem 2 milhões e meio de pessoas, que é um quarto da população portuguesa.”

O antigo primeiro-ministro socialista, José Sócrates, foi convidado por António Costa para estar na inauguração do Túnel do Marão e disse que sim.

Sócrates, que lançou esta obra em 2008, diz que o país fica agora um pouco mais justo.

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“Significa todo um simbolismo. Não é apenas mais uma obra pública. Significa que, de uma vez por todas, se põe termo a um tempo, em que havia os “de cá” e os “de lá”.

Esta obra pública significa um reencontro do país consigo próprio. O território português fica um pouco mais justo e mais igual.”

Pedro Passos Coelho também foi convidado para estar na inauguração do Túnel do Marão e disse que não, alegando que já tinha outros compromissos. A sua ausência foi criticada por José Sócrates.

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“Ouvi ontem o antigo primeiro-ministro a referir-se a este túnel, dizendo que, se fosse primeiro-ministro, não viria.

Eu acho que tarda em compreender o simbolismo desta obra. É mais do que uma obra pública, mais do que um túnel. É o reencontro com uma identidade regional que há muito tempo estava afastada do desenvolvimento.

Quando vimos aqui inaugurar esta obra, assinalar o momento em que o interior fica ligado ao litoral, o que nos perguntamos é porque foi feito tão tarde. Era isto que os transmontanos mereciam: justiça e igualdade.”

Entretanto, o ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, disse que o Túnel do Marão dá esperança de futuro a Trás-os-Montes e pediu compreensão para as portagens, porque se trata de uma obra de vários milhões de euros de investimento e é preciso pagá-lo.

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“Peço que as populações compreendem, e sei que sim. Tem havido muitas manifestações, de autarcas e empresários, de que, mesmo com os valores que se vão pagar de portagens a partir de agora, compensa usar o túnel, até em termos de segurança no atravessamento.

É preciso compreender que esta obra custou centenas de milhões de euros, vai custar vários milhões por ano em manutenção. Por isso temos de arrecadar alguma receita para dar sustentabilidade à gestão das nossas estradas.”

Ao final da manhã de sábado, Pedro Marques apanhou boleia numa antiga Renault 4L, conduzida pelo presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, para atravessar o Túnel do Marão.

O carro onde seguia o ministro encabeçava as dezenas de viaturas clássicas e de vespas antigas que sábado se juntaram à festa de inauguração.

A curiosidade de atravessar pela primeira vez o Túnel do Marão a pé, a correr ou de bicicleta levou centenas de pessoas à serra.

É o caso do corredor Carlos Valente e os ciclistas Ricardo Pereira e António Barros.

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“Depois de tantos anos em que esteve parado, surge esta oportunidade de ver o túnel construído.”

“As expectativas foram cumpridas, o marcar presença, ver a obra, e, sobretudo, mostrar um pouco da indignação pelo facto de o túnel ter demorado tantos anos a surgir, quando se podiam ter evitado bastantes mortes. Para quem gosta de bicicleta é um sítio um pouco apertado, mas, esta é uma oportunidade que não vamos poder repetir”

“Esta experiência foi espetacular. Depois de muitos anos de espera, surge o grande túnel para podermos fazer melhor a passagem para o Porto. Mas, falando das bicicletas, pratico este desporto há muitos anos, é com imenso prazer que venha fazer esta travessia pela primeira vez.”

Ontem, já depois de atravessar o túnel do Marão pouco minutos depois de abrir ao trânsito, Rosário Anjos contou que foi com emoção que fez a travessia daquela via.

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“Foi uma emoção porque sou do tempo do Marão “velho”. Íamos jogar voleibol ao Porto, e tínhamos que sair com 3 ou 4 horas de antecedência.

Foi uma emoção quer atravessado este túnel, que ainda por cima é o mais da península Ibérica. É belíssimo, economiza tempo e é mais seguro para os utentes.”

Já o marido, João Anjos, entende que o Túnel do Marão é a estrutura que os transmontanos mereciam.

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“Foi uma sensação interessante, única, na certeza que será algo que vai trazer benefícios para a região.

É mais rápido, mais seguro. É o que os transmontanos mereciam.”

Opiniões sobre a abertura do Autoestrada do Marão, entre Vila Real e Amarante, que foi inaugurada finalmente no sábado, sete anos após o início das obras.

Informação CIR (Rádio Ansiães)