A barragem de Foz Tua está realmente a encher, naquilo que será uma fase experimental do processo. A EDP ainda não clarificou qual é o ponto da situação da barragem, mas os movimentos e associações contra a construção do empreendimento hidroeléctrico têm denunciado o encerramento de comportas e início do processo que consideram “a morte lenta do Vale do Tua”.
Ontem foi apresentado o Programa de Empreendedorismo Vale do Tua 2016, em Vilas Boas, no concelho de vila Flor. Uma das contrapartidas da EDP pela construção da barragem, que visa apoiar a constituição de empresas no Vale do Tua.
A EDP não quis falar sobre as questões técnicas da barragem. Mas o presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua e autarca de Vila Flor, Fernando Barros, acabou por admitir que a barragem está a ser testada.
“Tanto quanto sei, a barragem começou a encher de uma forma experimental. Aliás, nenhuma barragem pode encher sem um plano de primeiro enchimento aprovado. Portanto, se isso aconteceu é porque eles deram autorização, julgo eu.
Porque o promotor não pode, por si só, decidir isso.”
A Plataforma Salvar o Tua junta-se ao Movimento Cívico pela Linha do Tua, nas criticas à EDP. Esta plataforma garante que já questionou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), sobre os fundamentos a decisão de iniciar o enchimento.”
Em comunicado, enviado à comunicação social, este movimento frisa que “por lei, é à APA que compete autorizar, sob o ponto de vista da segurança, e na sequência de uma inspecção prévia, o início do enchimento”, assim como, “fazer cumprir o plano de primeiro enchimento”.
Fernando Barros não quis pronunciar-se sobre este assunto.
“Não vou comentar porque, nós, Câmaras, somos as entidades que estamos a tentar promover o desenvolvimento e, como tal, não posso ter outros cenários.
Não posso porque não devo, estamos em defesa do desenvolvimento e das pessoas do Vale do Tua.”
Já o presidente do Parque Natural Regional do Vale do Tua, destacou a importância de implementar estratégias de promoção conjunta do território dos concelhos abrangidos pela barragem: Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, através deste parque criado há três anos.
Artur Cascarejo frisou que este é um processo gradual, já que há financiamento garantido por 75 anos. Um financiamento que pode ser potenciado através de candidaturas a fundos comunitários.
“Avançamos com o projeto de sinalização que está neste momento para aprovação do Instituto da Mobilidade Terrestre e avançamos também com umas candidaturas a fundos comunitários, quer das portas de entrada quer de um plano turismo de natureza onde vamos ter um investimento em percursos pedestres, no circuito BTT e em outras componentes que normalmente são componentes na sua vertente desporto e aventura.”
Declarações durante a apresentação do Programa de Empreendedorismo Vale do Tua 20. A EDP já ajudou a criar cerca de 60 empresas nos concelhos afectados pelas barragens do Tua e do Baixo Sabor.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)