O preenchimento das vagas para especialidades na Unidade Local de Saúde do Nordeste e as camas afetas aos Cuidados Continuados no distrito de Bragança levaram o deputado do PSD, José Silvano, a questionar o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, na última audição com os responsáveis por esta pasta.
José Silvano, em declarações captadas pelo canal do Parlamento, pede um despacho semelhante ao dado ao Centro Hospitalar do Algarve, que aprove a mobilidade de profissionais para suprir eventuais carências. O deputado refere mesmo que a ULS Nordeste perdeu um médico na especialidade de ortopedia, referindo-se a Benjamim Rodrigues, candidato à Câmara de Macedo de Cavaleiros pelo PS.
“O primeiro caso foi o célebre dos ortopedistas que foram para o Centro Hospitalar do Algarve. Depois de irem, um deles ficou definitivamente sem vir para o distrito, porque lhe ofereceram o cargo de diretor de serviço no respetivo hospital. Nós, que já temos pouco, acabamos por ficar prejudicados por um despacho favorável para o Algarve, onde o referido médico ficou, e quando a lista de espera na ULS Nordeste é bastante grande.
A primeira pergunta sobre o tema era: porque não também para a ULS Nordeste, e para os hospitais de Bragança, Macedo e Mirandela, haver um despacho favorável que resolvesse estas pequenas questões que nunca são resolvidas em nenhum concurso público de médicos especialistas afetos à unidade.”
É que, segue José Silvano, os concursos públicos abertos para a colocação de médicos no distrito de Bragança não têm surtido o efeito esperado, e deixa até um exemplo.
“Ainda por cima este ano houve um caso caricato no concurso. Um médico concorreu para a ULS, e no outro dia foi logo deslocado para o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro. Aproveitou esta norma legal para nem lá ficar, e ir para outro hospital no dia a seguir.”
O deputado transmontano aproveitou a intervenção para apelar à sensibilidade do Ministério da Saúde para com o pedido de mais 53 camas no distrito nos Cuidados Continuados.
“A segunda questão tem a ver com os Cuidados Continuados. Eu sei que o senhor Ministro e o senhor Secretário de Estado estão por dentro do assunto, houve uma reunião na ARS (Administração Regional de Saúde) Norte com os presidente de câmara e com a CIM, para resolver esta questão.
Queria sensibilizá-lo apenas para lhe dizer que aquelas 53 vagas que não existem neste momento são pretendidas por três unidades, que são as Misericórdias de Vinhais, Mirandela e Bragança. Se não for resolvido, elas não são sustentáveis, e uma delas nem pode abrir. Se pudéssemos, um resposta a curto prazo, para que eles possam programar a sua atividade.”
A intervenção de José Silvano na última audição com o Ministro da Saúde, com a falta de médicos e o reforço das camas dos Cuidados Continuados à cabeça.
Entretanto, e na sequência das preocupações específicas sobre a Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, expressas pela Comissão de Saúde Concelhia na última reunião de Assembleia, Duarte Moreno, presidente do município local, disse haver já uma reunião agendada com a nova direção da ULS Nordeste.
Escrito por ONDA LIVRE


