A EDP prevê reduzir o valor das verbas a transferir para o Fundo do Baixo Sabor.
A medida faz parte das compensações pela construção da barragem.
Estava acordado que os quatro municípios por ela abrangidos (Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo) receberiam o equivalente a 3 por cento da produção da nova barragem, a partir do momento em que começasse a produzir energia, o que inicialmente se estimou que corresponderia a valores entre os 800 e os 900 mil euros.
A EDP contactou recentemente os quatro municípios abrangidos pela barragem para os informar de que o valor a ser disponibilizado para o Fundo do Baixo Sabor, rondando os 250 mil euros.
A situação foi denunciada pela autarca de Alfândega da Fé, Berta Nunes, que considera esta atitude inaceitável e incompreensível.
“Fomos confrontados, há cerca de uma semana, numa reunião que tivemos com a EDP, em que nos justificaram com uma série de questões que não conseguimos compreender, esta descida quase um milhão por ano para cerca de 200 e poucos mil euros por ano. Isso para nós é inaceitável .Vamos pedir reuniões com a Entidade Reguladora, com o Ministro da Economia, com o próprio ICNF e com quem mais acharmos pertinente para esclarecer esta situação. Não compreendemos esta situação, e achamos que é inaceitável, se tivermos em conta que é uma verba para dividir entre quatro município, para podermos abrir candidaturas.”
Antes da entrada em funcionamento, os municípios estavam já a receber cerca de 300 mil euros e a verba agora proposta é considerada escassa para os 4 municípios poderem dividir entre si, com o propósito de investir no turismo, na valorização dos produtos locais e em questões de promoção da biodiversidade e do ambiente.
A redução foi justificada pela empresa concessionária do empreendimento hidroeléctrico com uma fórmula que a associação de municípios do baixo Sabor quer agora ver explicada.
“Havia uma perspectiva e até uma fórmula (de cálculo), mas apercebemos-nos de que já não seria a mesma usada anteriormente. E há fatores que estão a imputar a custos da exploração da albufeira, que nem conseguimos compreender, como a tarifa social da eletricidade, o imposto que o anterior Governo tinha colocado sobre as empresas de energia.
Há uma série de coisas neste momento para nós incompreensíveis, e até inaceitáveis.”
Os autarcas vão privilegiar o diálogo para tentar encontrar uma solução satisfatória, no entanto, uma acção judicial está totalmente posta de parte.
Até ao momento, não foi possível obter explicações por parte da EDP em relação a este assunto.
Informação CIR (Rádio Brigantia)