Abutre-Preto volta a Trás-os-Montes

Chama-se abutre-preto, é a maior ave de rapina da Europa, e está de novo a alimentar-se no nordeste transmontano. E são pelo menos 5 na região.

Esta ave, que tem o estatuto de Criticamente em Perigo, era frequentemente avistada no norte de Portugal. Deixou de ser a partir dos anos 70.

Atualmente, a Associação Palombar, sediada em Bragança, tem contribuído para este regresso, gerindo 4 Campos de Alimentação de Aves Necrófagas na região, zonas com cerca de 1 hectar, com algumas especificidades explicadas pelo biólogo e técnico da Palombar, José Pereira.

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“Está a reativar-se, já alguns anos, uma rede de alimentadores, onde se coloca alimento regularmente. Restos de talhos e de explorações pecuárias, por exemplo. Isto permite que haja uma disponibilidade de alimento regular e segura, ou seja, livre de venenos. Como é uma rede em que estão dispersos, imagino que os animais andem mais à procura de comida, e por isso têm sido mais fáceis de detatar nas nossas monitorizações.”

O uso excessivo de pesticidas, e até a chamada doença das “vacas loucas”, que obrigava à retirada de animais mortos dos terrenos, são alguns dos motivos que afastaram os abutres da região.

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“Houve um declínio muito acentuado da espécie, por várias razões.

Seja por questões de diminuição da disponibilidade alimentar, até com a questão das ‘vacas loucas’, em que existia uma legislação comunitária que obrigava à recolha de todos os espécimes pecuários que morressem no campo. Mesmo pela diminuição das espécies de que se alimentam depois de mortos, como coelhos.

Depois, a degradação do habitat, e o uso de pesticidas, nos anos 50, 60 e 70, até que desapareceu como edificante no país.”

O abutre-preto migra entre o Sul de França e Portugal, pode atingir 3 metros de envergadura e podem viver até aos 25 anos. Em Trás-os-Montes, tem sido avistado em Montesinho, na área do Douro Internacional, nos vales do Rio Maçãs e do Sabor, e na Serra do Gerês.

 

Foto: Associação Palombar

Escrito por ONDA LIVRE