Em atualização: As percentagem da adesão à greve dos médicos que hoje se iniciou, e que dura até amanhã.
Os enfermeiros começaram hoje mais uma luta, para chegar à fala e negociação com o Ministério da Saúde. Começou hoje uma greve de zelo, a prolongar-se por tempo indeterminado.
No distrito de Bragança, esta quarta-feira os blocos cirúrgicos estão parados, revelava ao final desta manhã José Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, numa greve onde não são os números de adesão imediatos que contam.
“Sabemos que os blocos cirúrgicos estão parados, porque também os médicos estão em greve. Juntou-se a fome com a vontade de comer, como diz o povo. É o dado que temos imediato e seguro.
A nossa greve, pela sua natureza, não permite dar grande importância aos números. Porque é lenta, de serviços mais do que o normal, ou seja, de zelo. Faremos mais cuidados do que o habitual ao utentes exatamente para mostrarmos que há falta de enfermeiros, e que se formos fazer tudo o que devemos mais se nota essa falta.
Por isso, não lhe posso dizer quantos aderiram de imediato porque é algo que se vai sentir à distância. A nossa atuação é rejeitar tudo o que é faturação, relatórios escritos e outras coisas que tal. Vamos centrar a nossa atividade só nos cuidados aos doentes.”
Os motivos de protesto mantêm-se, depois de as conversações terem sido interrompidas em agosto do ano passado. José Azevedo garante que desde essa altura não houve remota por parte do Governo. E, se esta forma de protesto não resultar, outras mais gravosas se poderão seguir.
“Não tivemos mais contactos. Nada! Pelo contrário. Repare que vocês (imprensa) estão a dar estão a dar conhecimento público da situação. Mas o próprio Ministério, que tem a informação desta greve desde dia 20 de abril, faz de conta que não estamos de greve. Fala na dos médicos, mas na dos enfermeiros não os ouve falar. O que dizer que já reuniram várias vezes com os médicos (claro que não chegaram a conclusão nenhuma) mas com os enfermeiros nem pouco mais ou menos.
Este ritmo lento, e eficaz, pode acelerar, e podemos mesmo abandonar os serviços, se continuarem a não nos ouvir. Porque se pensam que podem continuar a brincar com os enfermeiros, numa situação que consideramos imprópria para um país civilizado e de governantes responsável, se não atenderam às nossas reivindicações podemos, inclusivamente, abandonar os serviços.”
As carreiras, como as questões dos salários, as categorias e as hierárquicas, que José Azevedo afirma não existirem, estão na base das reivindicações. Uma luta da qual os utentes vão beneficiar, diz ainda o dirigente sindical. Uma greve de zelo que hoje começa, por tempo indeterminado, convocada para todos os associados à Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros. José Azevedo adianta também que esta forma de greve foi adoptada para que os profissionais não vejam os ordenados reduzidos no final do mês, porque “não podem dispensar um dia, dois ou três para fazer uma greve, porque o ordenado desses dias faz falta às necessidades imediatas dos enfermeiros e dos seus familiares”.
Hoje, dia em que também se regista greve dos médicos, convocada a nível nacional para 10 e 11 de maio. Até ao momento, ainda não há dados consistentes sobre as adesões no distrito. O Sindicato Independente dos Médicos, um dos sindicatos que convoca esta paralisação, tinha convocada para as 15h desta tarde uma conferência de imprensa, que ainda decorre. Já o Sindicato dos Médicos do Norte avança neste momento com uma percentagem de adesão na ordem dos 55% no distrito, nos 3 hospitais (Mirandela, Macedo e Bragança). Para já, e segundo o que transmite a Federação Nacional dos Médicos, que opera na zona Centro e Sul, nessas regiões do país a adesão estará na ordem dos 90%.
Escrito por ONDA LIVRE