Perante aquilo que consideram ser a degradação generalizada do serviço dos CTT no distrito de Bragança, os deputados do BE resolveram questionar o Ministério da Economia.
O deputado Heitor de Sousa dá voz a reclamações que partem do distrito.
“Porque hoje (quarta-feira) tive a oportunidade de interrogar o senhor do Planeamento e Infraestruturas, e, através dele, o senhor secretário de Estado, que na reunião confirmou que existem, em 2016, mais de 1000 reclamações contra os atrasos, as filas de espera, os extravios de correio, que têm afetado as populações de Norte a Sul do país.
No caso de Bragança, somos uma espécie de reprodutores de queixas que nos chegaram por via do núcleo do partido no distrito, ancorado em várias reclamações que as pessoas têm feito.”
Além destas, o Bloco fala ainda da falta de funcionários, que diz estar a ditar o aumento do tempo de espera no atendimento ao público. Segundo as contas lançadas pelo partido, desde a privatização, em 2014, há cerca de 1000 funcionários a menos nos balcões. Heitor de Sousa é porta-voz da opinião de que a atividade bancária, que tem vindo a ser desenvolvido pela entidade, se vai sobrepor à distribuição de correio.
“E. hoje em dia, as estações dos correios têm, em boa parte dos sítios, um segundo nome, que é ‘Banco CTT’. Já não é Correios e Telecomunicações de Portugal. Do ponto de vista do negócio, a atividade bancária vai, a prazo, na nossa opinião, sobrepor-se à atividade dos correios e telecomunicações, que está na origem do próprio processo de privatização.
Os privados estão, de certo modo, a subverter os compromissos que assinaram no processo de privatização.”
No que toca ao distrito de Bragança, para Heitor de Sousa esta situação em nada ajuda a região.
“Faz com que as pessoas fiquem indignadas com o facto de, cada vez mais, as populações do interior verem, uns atrás dos outros, os serviços públicos desaparecerem dessas zonas. A atratividdade dos territórios do interior, a política do desenvolvimento equilibrado do território nacional, e todas essas políticas de coesão social e territorial que se evocam amiúde para justificar processos de reocupação e reequilíbrio do território, como melhorias das acessibilidade e dos serviços públicos, estão cada vez mais a fazer o caminho inverso.”
O partido dá conta ao Ministério da Economia de que algumas zonas do distrito não têm distribuição durante “uma semana inteira”. Segundo o documento ratificado pelos deputados bloquistas, os concelhos com mais atrasados na distribuição são Vimioso, Mirandela e Torre de Moncorvo. Ainda em Mirandela, Bragança, Macedo de Cavaleiros e Carrazeda de Ansiães, um profissional chega a fazer duas zonas de distribuição.
O Bloco de Esquerda quer agora saber se o Governo tem conhecimento destes constrangimentos que afirma estarem a acontecer, bem como, perante a situação que expõe, se se poderá ponderar a reversão da privatização.
Escrito por ONDA LIVRE