Produtores voltam a arriscar comprar em Espanha: Novos focos da vespa da galha em Macedo

Repete-se o aviso do ano passado: até ao final do mês de maio, os produtores de soutos, principalmente quem fez novas plantações este ano, devem visitar os terrenos para procurar indícios da vespa da galha.

No concelho macedense já foram detetados novos casos, em maioria na aldeia de Corujas. Domingos Barreira, o presidente da Cooperativa Soutos os Cavaleiros, que tem estado a monitorizar o concelho, faz o ponto da situação neste momento.

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“Já detetamos em algumas aldeias. O foco mais intenso é em Corujas, até agora. De qualquer forma temos os nossos técnicos a percorrer a nossa área de intervenção, que é o concelho. Também mandamos pedidos a todos os presidentes de junta do concelho para que estejam atentos. Alguns já responderam afirmativamente, no sentido em que atentos e que até já fizeram alguns levantamentos de associados que fizeram plantações novas, que é onde temos tido mais o nosso foco.”

Apesar dos constantes alertas, certo é que os produtores voltaram a arriscar comprar híbridos ao mesmo vendedor que em 2016 vendeu árvores infetadas, e que se sabe ser espanhol. Domingos Barreira considera que o Ministério da Agricultura deveria ter tomado outras medidas para que casos assim não fossem verificados.

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“É uma questão importante para a economia da região. E o Ministério da Agricultura, através da Direção Regional de Agricultura, não tomou as devidas precauções. Porque nós sabemos que há sempre quem tente prevaricar. A única coisa que o Ministério da Agricultura fez é o que estou a fazer agora, aconselhar as pessoas. Mas, não tenho qualquer autoridade para impedir que as pessoas plantem castanheiros. O Ministério da Agricultura tem.

Pode ter ferramentas para isso, e poderia impedir. Em alguns países isso faz-se. Em França foram proibidos de vender castanheiros durante 5 anos. Portanto, castanheiros de França, de produtores reconhecidos, só este ano é que poderão chegar a Portugal. Cá não aconteceu nada disso. Os viveiristas portugueses continuam a plantar e a vender livremente. Não se passou nada.

As vítimas são os agricultores.”

E Domingos Barreira prevê que a vespa chegue mais cedo do que o estimado.

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“Estamos a ver que vem mais cedo do que o previsto. Há 2 anos, achávamos que demoraria 7 ou 8 anos a chegar.

Pelas nossas perspectivas, e já se viu ali na zona de Bragança em castanheiros grandes, sem serem de plantações novas, mas sim provenientes do ano passado em que não houve o cuidado de tirar as galhas, e a vespa se propagou.

Logo que a vespa chegue a castanheiros grandes, que são difíceis de verificar, e tendo em conta que na nossa zona há matas de castanheiros bravos para madeira. Esses ninguém os verifica. Quando cair aí…”

Há também relatos de focos em Edroso, e em mais aldeias do concelho. Em Espadanedo, onde se concentram as maiores plantações de soutos nos concelhos, ainda não há relatos de casos.

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Escrito por ONDA LIVRE