A ecopista da Linha do Tua, a unir Mirandela e Bragança, foi levada à Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros, por onde passa também o circuito, para aprovação do contrato subconcessão, e foi aprovado por maioria, apenas com um voto contra, da CDU.
A deputada municipal Joana Monteiro defende a reposição da ferrovia em vez desta alternativa.
É nosso entender que o se impõe é recuperação e modernização do transporte ferroviário de mercadorias e passageiros, como um elemento estruturante de acesso das populações ao direito à mobilidade e incentivo à produção por via da criação de uma rede capaz de assegurar o transporte de mercadorias.
A transformação do traçado da antiga Linha do Tua em ecopista não só não resolverá nenhum dos graves problemas que a região enfrenta, como manterá as populações privadas de acesso ao direito à mobilidade.
Reafirmamos que este concelho e esta região não é pobre, mas sim que as suas populações têm sido empobrecidas e as suas potencialidades desaproveitadas por opções políticas como esta.
Duarte Moreno respondeu dizendo ser um “fã do comboio” mas que, como o governo central não vai dar à região esse meio de transporte, então esta é a solução mais viável para continuar a usar o espaço canal.
Eu concordo plenamente, e gostaria imenso de ter o comboio, até porque sou um fã do meio de transporte. Cheguei a ir muitas vezes ao Algarve de comboio a partir de Macedo de Cavaleiros.
Mas, estamos desde a década de 90 com aquele espaço canal sem ser utilizado. É melhor ser utilizado de uma vez por todas. E, se este projeto vier aprovado, será bem para os três concelhos e, portanto, para Macedo de Cavaleiros.
Entre o termos o espaço canal como está, cheio de silvas, onde não possa passar ninguém, ou termos uma ecopista e não termos o comboio que o país não nos dará (nem aqui, nem em outra parte), penso que será o melhor para podermos usufruir de um património que também é nosso.
Falou-se de mobilidade nesta assembleia municipal, o que está a ser feito e por fazer. A deputada do PS Isabel Costa usou uma forma mais literária de dizer que não concorda com a opção tomada na localização da interface intermodal, onde a paragem de autocarro está quase concluída, à entrada da cidade.
Encontrei uma amiga, nossa conterrânea, que já não vinha a Macedo há vários anos. Viajou para esta cidade de autocarro, e comentou comigo que estava muito surpreendida com as nossas infraestruturas da nossa terra. À sua chegada disse-me: “senti uma marca de progresso, e fiquei muito regozijada com a nossa central de camionagem. Ideia progressista que teve o nosso autarca. Recuperou a antiga estação de comboios e reabilitou toda a zona envolvente. Um espaço que estava decrépito e abandonado”.
Subitamente, acordei. Era somente um sonho. E talvez, um dia, chegue a ecopista.
E João Rocha, também do PS, considera que o projeto que está a ser executado não é o que foi apresentado com a interface intermodal.
Pelos vistos vamos-nos cingir pura e simplesmente a autocarros. Uma ‘paragem da carreira’, como vulgarmente dizem.
Era um projeto, gostando ou não, ambicioso, com algum grau de dignidade para uma cidade. E, o espanto que temos neste momento, é que é um edifício que não tem absolutamente nada a ver com o projeto que nos foi apresentado há muito pouco tempo.
Gostaria de questionar o porquê de, em tão pouco tempo, mudar de opinião, de projeto e de futuro para esta terra.
O autarca local respondeu, primeiro a Isabel Costa, depois a João Rocha, com a repetição da mesma frase.
Vou-lhe dizer que nós construímos Macedo.
Só tem que ter paciência para depois ver.
Fico por aqui, desta forma.
A paragem de autocarro que está quase concluída.
Escrito por ONDA LIVRE