É preciso encontrar formas para incentivar as pessoas para a caça

Defender a caça como um produto da terra e assim motivar a que mais pessoas pratiquem a atividade. Esta é uma das considerações deixadas por Fernando Castanheira Pinto, Vice-Presidente Geral da Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses, à margem do seminário “A CAÇA – Uma Nova Perspetiva para a Caça Menor” que decorreu domingo na aldeia do Lombo, inserido na Feira do Azeite e do Figo.

O vice-presidente considera que devem ser os caçadores a fomentar o gosto pela atividade, começando especialmente pelos mais jovens.

Icone ouvir radio_novo

“Cada vez menos caçadores e é uma responsabilidade que nós, caçadores, temos que ter para não deixar que esse decréscimo tão significativo continue. Para isso é necessário motivar e motivar a partir de pequenino. Nós temos tido essa preocupação, de que as crianças consigam perceber que a caça também é um produto da terra. O problema que aqui se coloca é que nós estamos permanentemente num território minado. Neste momento Portugal tem algumas dificuldades por via de algum fundamentalismo, dos anti-caça, daquelas pessoas que vão facilmente à prateleira do supermercado comprar um  frango e nem sabe como é que foi morto.”

A gestão das zonas de caça mereceu também atenção devido à condição em que muitas se encontram e à falta de financiamento por parte do Estado para resolver a situação.

Icone ouvir radio_novo

“Em primeira mão as zonas de caça precisam de financiamento. O Estado demitiu-se completamente das suas funções na parte cinegética, nomeadamente, daquilo que seria a sua maior atividade que seria a parte da fiscalização. Uma demissão completa o frutivismo é enorme e como tal também deixou de apoiar as associações e caçadores. É da nossa inteira responsabilidade o ordenamento do território praticamente a 100%. O Estado não fez nada por isso e quando tinha o terreno praticamente ordenado cortou-nos as pernas com a falta de financiamento que indiretamente vinha por via das licenças de caça.”

A reflexão final dirigiu-se à preservação da espécie. Fernando Castanheiro Pinto admite que Portugal é um país com potencial de caça maior muito grande que deve ser aproveitado e não destruído.

Icone ouvir radio_novo

“Temos que preservar e tratá-lo de uma forma sustentável. Relativamente à caça menor temos que a recuperar. Porque o nosso caçador típico ainda é um caçador de coelho, que está na base. Se houvesse muitos coelhos diminuía a pressão sobre o resto das espécies porque o coelho está na base do ecossistema todo. Na base alimentar de uma série de outras espécies. Bastava que o coelho se recuperasse para tudo isto já poder ter uma forma diferente, nomeadamente na própria perdiz e na lebre. Portanto temos que o recuperar.”

Um seminário onde estiveram presentes vários oradores que discutiram a temática da caça.

 

Escrito por ONDA LIVRE