As telecomunicações, a electricidade e a banca são as áreas que mais levam os macedenses a recorrer aos serviços da Defesa do Consumidor (DECO).
Conclusões da primeira sessão de atendimento presencial que a DECO promoveu ontem em Macedo de Cavaleiros, refere Mariana Almeida, Jurista da Associação de Defesa do Consumidor.
“Grande parte está relacionada com operadores de telecomunicações, com as práticas comerciais desleais que são utilizadas por estes prestadores de serviços que, no fundo, vão de porta em porta a casa das pessoas tentar angariar clientes sem explicar efetivamente como é que vai ser o contrato, que custos é que vão ter.
Questionam também sobre o setor da energia, nomeadamente sobre faturas que são excessivas, ou então que não compreendem bem a leitura e portanto vêm cá esclarecer e e tentar entender se, de facto, tem ou não que pagar aquelas faturas e porquê.
Também tivemos aqui, e é interessante na medida que não é uma área muito reclamada, questões sobre banca. Sobre a subscrição de contratos de crédito, saber se tem que pagar uma comissão associada ao cartão de crédito ou então ao facto de se ter atrasado no pagamento do mesmo, tentarem no fundo saber se isso é preciso pagar ou não.”
Um atendimento que vai para além de uma conversa de esclarecimento, explica ainda a jurista.
“As pessoas acho que ficaram positivamente surpreendidas com a nossa presença em Macedo de Cavaleiros e gostam que nós estejamos com este contacto direto e acho que também é importante dizer isto.
O que fazemos aqui é, em primeiro lugar, atender as pessoas, esclarecemos juridicamente a questão que nos está a apresentar, enquadramos, aconselhamos como deverá ser encaminhada a situação se não tivermos que intervir. Se virmos que já está numa fase em que o consumidor já apresentou uma reclamação, ou está num ponto de situação mais urgente em que nós achamos que a nossa intervenção vai ser favorável para a resolução do conflito, pedimos então a documentação necessária para instruirmos o processo na DECO, abrimos, aquilo que nós chamamos um processo de mediação e entramos em contacto com os operadores económicos para tentar resolver a questão do consumidor.”
E se antes as dúvidas partiam de uma faixa etária mais idosa, essa é uma tendência que está a mudar na região.
“Eu julgo que antigamente existia um bocadinho essa ideia, as pessoas mais idosas eram aparentemente mais vulneráveis e, portanto, recorriam mais a DECO para obter ajuda. A nível nacional há toda uma faixa etária que nos procura, sejam pessoas de 18, 19, 30 ou 40 anos, e depois os mais idosos. Mas nesta região, o que nós sentimos é que, de facto, há um recurso por parte de pessoas mais idosas, que é natural , mas também já começam a haver pessoas mais jovens. Esta realidade também é bastante interessante para nós porque estas pessoas também têm algum poder de mudar as coisas e de passar a palavra de forma mais atenta.”
Estes atendimentos estão previstos acontecer seis vezes por ano nos concelhos onde os municípios têm protocolo com a DECO, no caso do distrito em Macedo de Cavaleiros e Alfândega da Fé.
A próxima sessão em Macedo está marcada para o mês de abril.
Escrito por ONDA LIVRE