Centro de reabilitação para doentes em recuperação de problemas cardíacos

Os doentes cardíacos da Região transmontana têm a partir de agora um centro de reabilitação, onde podem usufruir de um ginásio onde fazem exercícios de descompressão e de respiração, pedalar na bicicleta ou caminhar no tapete. Trata-se de um ginásio instalado no Hospital de Vila Real e que é uma das poucas áreas de reabilitação cardíaca no norte do país.

João Oliveira presidente do Conselho de administração dos Centro hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro refere que este novo serviço é mais um a juntar a uma oferta de tratamentos e respostas na área de cardiologia que o centro hospitalar dispõe para os seus doentes.

“Esta aposta tem a ver com o percurso que temos estado a seguir na cardiologia com criar milhares de condições para que os doentes, nomeadamente os doentes internados tenham um percursos mais célere quer na reabilitação, numa primeira fase. Na segunda fase com este novo serviço e depois com a ligação, já numa terceira fase, aos cuidados de proximidade, aos cuidados primários. Esta aposta vem na sequência da grande área de influência desta cardiologia que na prática dá resposta a todo o Distrito de Vila Real, Bragança, todo o Nordeste. Portanto faz todo o sentido apostar na cardiologia e apostar nesta região.” 

 

Ponciano Oliveira vogal do conselho diretivo da ARS Norte considera que foi dado um passo significativo para a qualidade de vida dos doentes cardiovasculares

 

“A região Norte e o País em geral no domínio da reabilitação tem um caminho a percorrer. Nós demos um passo muito significativo ao dotar a região de Trás-os-Montes de uma Unidade de Reabilitação Cardíaca. Temos uma boa esperança média de vida à nascença e temos vindo a melhorar os resultados e os indicadores no que diz respeito à esperança média de vida após os 65 anos. Aqui, com esta Unidade, demos um passo significativo porque se traduz num aumento da qualidade de vida dos doentes e os que sofrem acidentes cardiovasculares têm necessidades especiais no que diz respeito à sua sobrevida. Estas Unidades permitem evitar agudizações, monitorizar melhor o seu estado de saúde e evitar recorrências sendo também um fator de eficiência para o Sistema, mas sobretudo permite que as pessoas com esta Unidade de Reabilitação Cardíaca venham a ter uma vida após o acidente cardiovascular de maior qualidade, tranquilidade e capacidades para uma vida ativa na sociedade.” 

 

Ilídio Moreira responsável pelo serviço de cardiologia do CHTMAD defende que esta nova área de reabilitação é fundamental para o doente que assim previne novos “eventos cardíacos”.

 

“É fundamental quer na recuperação dos doentes, quer na melhoria da qualidade de vida do doente que passa por um evento cardíaco, quer depois na diminuição da probabilidade de vir a ter um novo evento. Funciona também em termos preventivos para futuros eventos. A reabilitação cardíaca é fundamental na recuperação do doente cardíaco. Em Portugal ainda há poucos centros de reabilitação cardíaca porque é uma área em relação à qual os próprios profissionais não estão muito alertas e vocacionados. Mas é fundamental e é tão importante como a medicação e outros aspetos que fazem parte do tratamento do doente.” 

 

Álvaro Lima de 54 anos teve um problema cardíaco recentemente, agora vem duas vezes por semana do Peso da Régua até à área de reabilitação por considerar que os exercícios que pratica estão a ter bons resultados.

“Mais ou menos um mês, na altura fiz aqui um cataterismo e depois fiz uma cirurgia na cardio-toráxica de Coimbra e depois fui encaminhado para aqui pelo serviço de cardiologia par fazer esta recuperação. Depois de uma cirurgia destas a nossa disposição da parte muscular e cardíaca não é a melhor e este tipo de exercícios que fazemos aqui permitem-nos recuperar mais rapidamente a qualidade de vida. Sempre acompanhados e monitorizados, estamos a ser seguidos ao minuto. Ainda bem que existe este espaço, que abriu há relativamente pouco tempo. O espaço é agradável, os meus colegas têm-no dito no dia-a-dia, que gostam de estar aqui e sentimos todos que isto nos está a fazer bem. Fazemos duas vezes por semana, segundas e quintas. Fazemos exercícios de descompressão no final e no início exercícios de respiração para depois fazermos os tapetes, as bicicletas, as elípticas, portanto mais a parte cardio-respiratória.”

 

E porque as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em Portugal o Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro pretende contribuir para a redução dos casos na região.

 

INFORMAÇÃO CIR (Universidade FM)