A Quercus denuncia que dezenas de produtores florestais do distrito de Bragança que apresentaram projectos para florestação não viram as candidaturas aprovadas.
São produtores dos concelhos de Alfandega da Fé, Mirandela e Macedo de Cavaleiros e estão a ser informadas que as candidaturas que foram submetidas há dois anos não foram aprovadas, no âmbito desta medida do PDR 2020, de Florestação de Terras Agrícolas e não Agrícolas.
Leonel Folhento, presidente da Núcleo Regional da Quercus de Bragança, informa que os projectos em causa, agora reprovados, propunham-se plantar maioritariamente sobreiros, mas também outras espécies de floresta autóctone como o castanheiro, pinheiro manso e freixo, num total de 200 hectares e lamenta a falta de dinheiro para apoiar floresta autóctone em Trás-os-Montes:
“Alfândega da Fé, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, têm sido vários projetos nestes Municípios que têm visto as suas candidaturas não aprovadas por falta de verbas para alocar a estes projetos. É lamentável porque são plantações e são produtores florestais que querem fazer implantação e reflorestação com base no sobreiro e no castanheiro, espécies autóctones e vemos verbas alocadas ao eucalipto e numa zona de Interior como a nossa não se usufrui dessas verbas para incrementar a produção de castanheiro e sobreiro.”
O responsável referiu que depois dos incêndios do verão passado e do anúncio de que foram alocadas verbas no valor de 9 milhões de euros para financiar rearborizações com eucaliptos esta falta de dotação para árvores autóctones é um contra-senso:
“Numa perspectiva de renovação e de melhoramento fazia todo o sentido as plantações e reflorestação com base no sobreiro e no castanheiro que são árvores que têm uma característica estanque relativamente aos incêndios, são árvores que previnem a erosão dos solos e estas situações não são agradáveis.”
Perante a falta de apoio para árvores autóctones, a Quercus considera que as juras de apoio do governo ao interior “são palavras vãs”.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)