Já foi alcançado um acordo sobre a manutenção da Linha do Tua, o que acaba com o impasse nesta matéria.
Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, foram ontem estabelecidos os princípios para a concessão e manutenção da ferrovia desactivada, numa reunião com responsáveis da Infraestruturas de Portugal. Até ao final do mês serão assinados os contratos que, de acordo com Fernando Barros, são os mais importantes e decisivos para que o comboio volte a circular na linha:
“Uma marca importante para o Tua, um dia importante porque fizemos história, na medida em que, fica resolvida a colocação de novo de comboios a circular na Linha do Tua no troço em que ainda existe, que é entre Brunheda e Mirandela. Ficaram acordados os princípios da concessão e do apoio para a manutenção e exploração da Linha do Tua. As partes Jurídicas estão a tratar dos pormenores mas com uma intenção determinada que é, no máximo até ao fim do mês assinar o acordo de concessão e a concessão do acordo, que são os contratos mais importantes para que o comboio possa circular e haja mobilidade ao longo do Tua.”
Após alguns meses de discussão sobre quem assumiria a manutenção e a segurança na infraestrutura, foi assim decidido que a gestão da linha será da responsabilidade da Agência e o financiamento dos trabalhos de manutenção cabem ao Estado e Infraestruturas de Portugal, esta última que assumirá a parte técnica, nomeadamente, relativa às obras de arte.
“O gestor das InfraEstruturas é a Agência do Vale do Tua e há também uma parte em que também a IP fica responsável. Claro que toda esta segurança e as inspeções à linha, inclusivamente do Plano de Mobilidade será sempre feito e aprovado pelas instituições claras que é o IP, o IMT, que é o organismo que tutela todo o transporte. Acordámos já os termos gerais da concessão e do acordo de financiamento da manutenção durante 25 anos. Há uma parte que é feita pelos próprios serviços de Estado e a outra é o Estado que vai assumir, na medida em que a infra-estrutura, como sempre disse, é do Estado.”
Apesar de o impasse estar resolvido com este acordo alcançado, tal não significa que o comboio comece de imediato a circular, já que ainda não estão concluídos os testes de segurança e é ainda necessário realizar alguns investimentos na linha:
“Teoricamente o comboio poderá circular mas não pode logo porque é preciso uma autorização do IMT para isso acontecer; é preciso levantar a interdição da linha, há obras que ainda vão ter de ser feitas, a EDP já assumiu fazê-las, mais de três milhões de euros de investimento que é essencialmente no troço entre o Cachão e a Brunheda, de várias zonas da encosta de forma a que exista estabilidade e criar um sistema de deteção de queda de blocos, equipamento tecnológico apropriado para detetar a queda dos mesmos.”
Um marco histórico e que fará avançar o comboio na linha do Tua espera Fernando Barros, o presidente da Agência de desenvolvimento do Vale do Tua e do município de Vila Flor.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)