Azeites DOP de Trás-os-Montes têm falta de financiamentos para a sua promoção e valorização

Apesar da sucessão de prémios internacionais que os Azeites DOP de Trás-os-Montes têm conseguido obter em concursos internacionais, o reconhecimento institucional tem sido muito pouco. Faltam financiamentos para a sua promoção e valorização.

Foi apenas uma das muitas preocupações manifestadas, ontem, em Mirandela, por pessoas ligadas ao setor da olivicultura, durante uma audição pública sobre a produção de azeite em Portugal, promovida pela direção da Organização Regional de Bragança do PCP.

Miguel Viegas, deputado do PCP no Parlamento Europeu, tirou algumas notas que considera importantes para a sua intervenção em Bruxelas

“Temos aqui um olival tradicional que se diferencia do olival intensivo do Alentejo. Há aqui um desafio para que esta diferenciação possa ser compensadora para os olivicultores. É preciso aumentar a produtividade com regadio e é preciso criar uma estratégia de valorização e promoção do azeite transmontano. Deve pôr-se em relevo o olival, a sua história. O mais difícil está feito, temos aqui um olival de nível e pessoas com saber, com experiência. Faltam políticas que promovam este produto em Portugal e na Europa.”

O deputado europeu do PCP diz estar sensível a outras preocupações apresentadas como a necessidade de um combate mais eficaz às fraudes no setor do azeite e de encontrar formas de prevenir o aparecimento de pragas que podem causar um enorme prejuízo nos próximos anos

“Há um conjunto de pragas que estão a entrar pela Europa e isto implica, da parte do Governo, uma proteção acrescida para que não tenhamos uma desgraça em Portugal. Se temos um olival resistente, este novo olival recente e intensivo é também mais vulnerável. Temos que encontrar um forma de proteger para evitarmos que as doenças possam vir e pôr em causa o trabalho dos produtores.

A questão dos seguros é algo transversal a toda a agricultura. Sobre o controle é reconhecido que há muita fraude, muita mistura e é preciso combater isso com meios. 

Ao nível da União Europeia há que tomar medidas específicas para evitar que alguns Países possam misturar óleos deturpando um produto e criando falta de confiança no mesmo.” 

Miguel Viegas revela que o principal objetivo desta audição pública, realizada no museu da Oliveira e do Azeite de Mirandela, foi plenamente atingido porque foi possível ouvir da boca dos próprios olivicultores as principais preocupações para sustentar a sua intervenção futura no Parlamento Europeu.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Terra Quente)