Foi reaberto o Centro Interpretativo Geológico de Morais, no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Trata-se de um espaço dedicado à importância geológica daquela freguesia, que é mundialmente conhecida como o “umbigo do mundo”, onde há cerca de 400 milhões de anos os dois super-continentes que constituiriam o planeta colidiram, separando-se.
Uma região com caraterísticas ímpares que podem agora ser compreendidas no centro interpretativo, como explica Benjamim Rodrigues, autarca macedense:
“Este centro contém no seu espólio peças, fragmentos geológicos e biodiversidade que dão uma noção da realidade do nosso território, nomeadamente do Monte de Morais que tem espécies únicas, como é o caso da “arménia”, uma flor única que não cresce em mais parte nenhuma do mundo. Estão ainda presentes fragmentos geológicos que, normalmente, se encontrariam a 50 km de profundidade, mas que no monte de Morais afloraram à superfície.
Esta é ainda uma zona onde existe uma grande concentração de metais que dificulta o crescimento da vegetação como em outros sítios, dai a chamar-se “Monte Maldito”.
No centro podem ainda ser visualizadas algumas apresentações em vídeo.”
Este centro está instalado numa antiga casa florestal que foi requalificada em 2011 e inaugurada no ano seguinte, tendo para isso sido investidos cerca de 107 mil euros, financiados em 80% pelo fundo do Baixo Sabor, no entanto, tem-se mantido maioritariamente de portas fechadas deste então.
Benjamim Rodrigues diz que agora foi feita justiça:
“Por uma questão de justiça e justificação de investimentos públicos, não fazia sentido estar a investir dinheiro em um edifício que é importante e tê-lo fechado. É uma inoperacionalidade que não se consegue explicar.
Como tal, entendemos que aquela estrutura teria de ser devolvida ao público e fazer com que a própria população se sentisse valorizada.”
Ramiro Valadar, presidente da freguesia de Morais, congratula-se com esta reabertura e espera que com ela consigam atrair mais visitantes à aldeia:
“A intenção é precisamente essa.
No dia seguinte à abertura do centro, recebemos a visita de pessoas de vários pontos do país e parece-me que até agora está a ter uma boa adesão. Queremos trazer o máximo de pessoas ao nosso território e explorar aquilo que de bom temos nesta freguesia.”
Numa fase experimental, o Centro Interpretativo Geológico de Morais está aberto ao público apenas às terças e quintas-feiras das 13h às 17h, podendo, no futuro, e caso se justifique, passar a abrir todos os dias.
Escrito por ONDA LIVRE