A proposta redução dos passes em Lisboa e Porto é vista como prejudicial para o interior. O PCP quer que redução proposta seja acompanhada de investimento no resto do país. Já o PSD considera que “prejudica o interior em favor do litoral”. José Silvano, deputado social-democrata eleito pelo distrito de Bragança, diz mesmo que apesar de se falar muito de coesão territorial, na hora da verdade, isso não é posto em prática.
“As cidades grandes e os seus representantes falam muito em solidariedade institucional, em combate às assimetrias, quando isso não lhes mexe no bolso. Quando se trata de defenderem para as suas terras, como é o caso de Lisboa e Porto, reduções principalmente nos transportes e nos espaços sociais, de que já beneficiam fortemente com a ajuda do governo diretamente às empresas de transportes. Normalmente pedem para que seja igual em todo o país, prejudicando claramente o interior que não é todo igual, sofre de assimetrias. O interior precisa, neste momento, de muito mais apoio para que os transportes públicos possam chegar às pessoas de muitos outros locais além de Lisboa e Porto, que já recebem dinheiro vários fundos para os transportes públicos.”
José Silvano sustenta ainda que o governo deve apoiar a criação de um plano de mobilidade que resolva os problemas do interior, apoiando o transporte público onde ele não chega. Para o PCP, a redução dos passes são medidas consideradas positivas já que correspondem a necessidades concretas das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. No entanto, ao mesmo tempo, Filipe Costa, da Direcção Regional de Bragança (DORBA) do PCP, pede que haja investimento no resto do pais para que se resolvam os problemas de mobilidade como os que existem no interior.
“O problema surge se o governo, ao tomar medidas para as áreas metropolitanas do Porto e Lisboa com vista à redução de custos e à promoção do transporte público, não tenha também em conta o resto do país, nomeadamente as zonas com mais problemas demográficos, como é o caso do distrito de Bragança. Naturalmente que têm outro tipo de problemas no que à utilização do transporte público diz respeito, nomeadamente a necessidade de investimento na recuperação e na reposição da ferrovia, como um pedido estruturante para mobilidade das populações. O governo tem de ter a iniciativa de investir, porque só com investimento público é possível resolver os problemas das populações.”
O presidente da câmara municipal de Lisboa pedido recentemente que seja inscrita no Orçamento do Estado a redução do valor dos passes sociais e o presidente da câmara do Porto quer mais investimento na rede de transportes públicos daquela área metropolitana para que “seja mais competitiva” mas a medida é vista como pouco equitativa.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)