Igualdade de género e oportunidades em destaque no II Encontro das Conversas à Mesa com as MSD

A desigualdade é um problema nas mulher a nível europeu mas em Portugal afeta muito mais.”

Quem o diz é Lina Lopes, Coordenadora Nacional das Mulheres Social Democráticas (MSD):

“Temos uma disparidade salarial de 17 a 26%, os salários das mulheres nos cargos políticos sempre tiveram desigualdades. Tiveram que existir as cotas para que consigamos os 33% e existem muitos locais, alguns até em Bragança talvez, em que nem sequer temos mulheres em listas de freguesias. Muitas vezes os partidos pagam multas e não colocam mulheres, dizendo que por vezes não há. Não é isso que vejo, em vários pontos do país onde existem várias mulheres dispostas a entrar na política e a levar o PSD à vitória.” 

 

Na tentativa de reduzir essa disparidade, a coordenadora avançou que estão a criar uma academia para esclarecer as mulheres sobre o que é a política:

“Vamos lançar em Lisboa agora em outubro; em dezembro será no Porto e depois vamos correr o país e as regiões autónomas. Queremos que mais mulheres entrem no movimento e que consigam perceber o que é a política; muitas mulheres por vezes têm medo de falar, outras não têm conhecimento de algumas realidades, e por isso queremos criar um grupo coeso, que faça política, de forma séria e com qualidade. Para isso temos que aprender. Na minha opinião, há tanta mulher com tanta vontade que já é altura de dar formação.”

 

Declarações à margem do II Encontro das Conversas à Mesa com as MSD que decorreu no sábado em Macedo de Cavaleiros com o tema “Igualdade de Género e Igualdade de Oportunidades”.

Entre os oradores esteve Ana Bela Anjos, Coordenadora das MSD do distrito de Bragança, que espera transformar o movimento das Mulheres Social Democratas numa organização formal com mais poder para reivindicar direitos, e dá como exemplo a lei da paridade:

“É essa a nossa reivindicação, que de facto possamos passar a ter uma organização formal dentro do partido. A nível político já foi pior; antes de existir a lei da paridade é que não existiam quase mulheres na política. Esta lei diz que por cada dois géneros iguais, um diferente. Corremos as listas e verificamos que a maior parte das listas é: por cada dois homens, uma mulher. Não é isso que a lei diz. Se passar a ser obrigatório, tal como estava previsto, 50%-50% já vai ser mais difícil para os homens porque se o primeiro é homem, o segundo já vai ter de ser mulher.”

 

Desde outubro de 2017 que foi criado movimento das mulheres social democratas no distrito de Bragança, assim como os nove núcleos concelhios, faltando formar apenas em Freixo de Espada à Cinta, Vimioso e Carrazeda de Ansiães.

Sónia Rodrigues é a cordenadora do núcleo das MSD em Macedo de Cavaleiros e considera que este tipo de encontros é importante para esclarecer a população sobre o papel deste movimento:

“Para que servem as MSD? É o que muita gente nos questiona; que não sabem o que é nem para que foi criado, e nós quisemos fazer este evento para explicar a toda a gente e tirar as dúvidas, para a seguir fazer ações de formação e publicitar mais.”

 

Os “Encontros das Conversas à Mesa com as MSD” vão percorrer todos os concelhos do distrito com núcleo formado.

O primeiro aconteceu em Mogadouro, o segundo em Macedo e o terceiro vai ter lugar na cidade de Mirandela.

 

Escrito por ONDA LIVRE