Oiça a peça aqui:
Foi oficialmente inaugurada a Universidade Sénior de Macedo de Cavaleiros, a par com o seu espaço físico, localizado no pólo II do edifício do Instituto Jean Piaget.
A ideia foi criada em 2014 com a iniciativa “Idade maior/Idade Melhor”, onde vários idosos se juntavam em convívio e em partilha de saberes; agora, passa a chamar-se Universidade Sénior, já conta com 57 alunos, e vai fazer parte da Associação Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS), como explica Elsa Escobar, vereadora da educação do Município Macedense:
“O facto de ter integrado a RUTIS faz com que seja algo oficial, que vai permitir participar em outro tipo de atividades. Para além dos professores que já tínhamos, vamos ter voluntários, um dos princípios da própria RUTIS.
Também vamos ter instalações próprias, que vão funcionar no antigo edifício do piaget, que foi adquirido pela Câmara.
As inscrições estão abertas durante o ano todo, é um dos princípios da Universidade.”
As atividades, essas são várias, e há mesmo um horário diário, como para qualquer aluno que frequente um estabelecimento de ensino:
“Vão ter um horário, como qualquer aluno, com as diversas disciplinas; vão ter oficinas de aprendizagem (semanais ou mensais), e vai ao encontro daquilo que os alunos vão pedindo, procuramos tentar dar reposta aos anseios deles. Já tínhamos os professores das AEC’S, alguns deles completavam aqui o horário e vão continuar a fazê-lo, com expressão artística, inglês, etc. Este ano, vamos ter um gerontólogo, que é uma novidade.”
Pelo país existem 334 universidades séniores e só no distrito de Bragança há 10. E fazer parte desta rede traz inúmeras vantagens aos alunos, refere Luís Jacob, presidente da RUTIS:
“Há um a série de fatores. Temos um seguro que abrange todos os alunos, um programa de gestão de informática que permite fazer toda a gestão da universidade através dele; também é vantajoso o facto de poder ser usado o nome de universidade sénior, visto que é uma marca registada só para membros da RUTIS. E depois, muito importante, são as mais de 30 atividades por ano, em que vão poder participar (festivais, encontros nacionais, concursos de cultura geral), porque o objetivo é que os alunos, neste caso, não fiquem presos em Macedo mas que, vão passear.”
Quem por lá anda, já desde o ano passado, diz que as atividades são a melhor forma de passar o tempo:
“1) Tenho 75 anos, já participei na Universidade no ano passado. Inscrevi-me para sair de casa, eu era agricultor. Gosto muito de informático e das expressões plásticas. Este ano, vou continuar.
2) Tenho 62 anos. A universidade sénior é um projeto muito interessante, fui técnica de farmácia durante 47 anos, e sinto que posso dar o meu contributo naquilo que melhor sei fazer. Não me via a ficar em casa sem fazer algo mais. Não consigo escolher uma atividade que goste mais; inscrevi-me em todas, e acho muito gratificante.
3) Fiz 75 anos, era auxiliar de ação educativa. Gosto de praticar todas as atividades, excepto hidroginástica, porque tenho medo da água.”
Os requisitos mínimos para fazer parte desta universidade sénior passam pela idade, os alunos devem ter mais de 50 anos, mas passa também, pela força de vontade e de dinamismo.
As cotas são trimestrais e têm um custo de 10€.
Estudos recentes revelam que o combate à solidão e ao isolamento na terceira idade se faz com a ajuda das Universidades Séniores. No último censo feito aos alunos destas universidades, apenas 5% apresentavam sinal de depressão, contrariamente à média nacional que ronda os 37%.
Escrito por ONDA LIVRE