Secretário-geral da FNE acusa Governo de mentir quanto ao valor para recuperação do tempo de serviço dos professores

O secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE) acusa o Governo de apresentar uma campanha de desinformação, com dados que não correspondem à verdade no que diz respeito à reposição de tempo de serviço perante a crise política que Portugal está a assistir. Na sua passagem por Bragança, João Dias da Silva destaca que os números apresentados pelo primeiro-ministro não são verdadeiros. António Costa falou em 635 milhões de euros para a recuperação integral do tempo de serviço congelado – de nove anos, quatro meses e dois dias, mas a FNE estima que o valor seja de 300 milhões.

“Trata-se de uma barragem de informação com dados que são errados e não correspondem à verdade, com um sobressalto para os portugueses sobre a dimensão do que seria a recuperação do tempo de serviço, com vários milhões atirados todos os dias à cabeça dos portugueses, como se essa fosse a verdade. Não é pelo facto de uma mentira ser dita várias vezes que passa a ser verdadeira.

A dimensão do impacto da recuperação integral do tempo de serviço não é a que o Governo tem anunciado e não tem apresentado as contas que suportam os números que apresenta.”

O secretário-geral da federação nacional de Educação (FNE) esteve em Bragança este sábado, no âmbito dos 45 anos do nascimento do Sindicato dos Professores da Zona Norte. João Dias da Silva afirmou ainda que os professores também têm direito à recuperação integral do tempo de serviço como aconteceu às 17 carreiras gerais.

“O que nós consideramos inaceitável é que este debate político esteja envenenado pela mentira da dimensão dos encargos para o orçamento de estado naquilo que é de direito de justiça, que é a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, que esteve congelado, e que todos temos de fazer um esforço junto das pessoas para as esclarecer e lhes dizer que estes números não são verdadeiros.

Os professores têm de ser valorizados e o trabalho que realizam tem de ser respeitado, como aconteceu aos trabalhadores das carreiras gerais que viram contabilizado todo o tempo de serviço que esteve congelado.
Os professores não são menos do que os outros trabalhadores das carreiras gerais.”

Outro aspecto importante para o líder da FNE é a questão das aposentações.

“Era preciso que o Governo, quando faz as contas e quando quer falar seriamente sobre este problema, tivesse em linha de conta o número de aposentações que vai haver até 2023, pois o impacto disto só poderá ser medido nessa altura como despesa, tendo em consideração aqueles que saem.

Pensar que todos os professores vão continuar no ativo até 2023, mesmo ultrapassando a idade da aposentação e não morrendo, e contando ainda com um aumento do número de alunos, são tudo projeções irrealistas.”

Agora a FNE aguarda com expectativa a evolução da votação em plenário que poderá acontecer no próximo dia 10 ou dia 15.

INFORMAÇÃO E FOTO CIR (Rádio Brigantia)