Desenvolvimento do setor dos frutos secos na região deve-se em grande parte à ciência e inovação

Desenvolvimento do setor dos frutos secos na região deve-se em grande parte à ciência e inovação

A vitalidade e a dinâmica do setor dos frutos secos na região transmontana e em outras zonas do país, deve-se, em grande parte, ao valor acrescentado de ter sido aplicado ao setor a ciência e a inovação.

A afirmação é do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, durante a sua intervenção no II simpósio nacional dos Frutos Secos, que decorreu, em Mirandela, no final da semana passada.

Sobrinho Teixeira quis deixar a mensagem de que é necessário acreditar que esta será a fórmula que ajudará a melhorar a agricultura na região e consequentemente, a vida das pessoas que nela vivem. O ex-presidente do IPB fez questão de deixar um exemplo para justificar a sua tese:

Temos o exemplo do vinho, sobre o qual nós recebemos financiamento há cerca de duas décadas e meia para proceder aos arranques das vinhas, nomeadamente na nossa região, porque se dizia que o vinho português não tinha qualquer futuro, não tinha qualidade. Hoje temos no setor do vinho um dos mais afirmativos e com maior capacidade exportadora. O que mudou nestas duas décadas e meia foi o conhecimento, foi apenas o conhecimento, foi o que nós introduzimos em todo o ciclo da vinha desde a produção à tecnologia da vinificação, ao marketing que mudou de facto a vida das pessoas e toda esta realidade, bem como a valorização do conhecimento. É algo que pode ter aqui um retorno imenso, nomeadamente para a fileira dos frutos secos que é tão importante para esta região, e estamos a falar da amêndoa, da noz, da avelã, e também a falar de culturas novas que temos que estudar, como o pistácio. A minha mensagem é sobretudo que acreditemos cada vez mais naquilo que pode ser o valor da ciência e da inovação.”

 

Também o presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, considera fundamental esta transferência do conhecimento e de tecnologia para o setor dos frutos secos. Nuno Canada elogia, por isso, a organização deste simpósio:

Eu acho que estas iniciativas, que promovem a incorporação do conhecimento e tecnologia do setor, são o motor do desenvolvimento do mesmo, de maneira que é de extrema importância diferenciaram-se os setores precisamente pela capacidade de incorporação e conhecimento.”

 

Durante dois dias, este simpósio reuniu, em Mirandela, dezenas de especialistas nacionais e estrangeiros, e pretendeu contribuir para o crescimento mais seguro e sustentável da fileira dos frutos secos em Portugal, como refere o presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Carlos Silva:

A castanha, por exemplo, é cada vez mais importantes para uma alimentação saudável, uma alimentação de qualidade e uma alimentação sustentável, por isso, toda a temática abordada aqui vai ao encontro das dificuldades e das necessidades da população. Não estamos a falar só de estudos na área da produção, estou a falar de estudos também na área da transformação e também na área do marketing e da economia de mercados, que é fundamental para todos em conjunto. Este é um dos grandes objetivos do centro, é ser um centro aglutinador da informação para toda a fileira para poder ajudar os agricultores, os produtores e a transformação e a comercialização a falarmos a uma única e só voz.”

 

II simpósio nacional dos Frutos secos decorreu em Mirandela. Para além da produção, também a comercialização e a transformação estiveram em discussão nesta iniciativa.

INFORMAÇÃO CIR (Terra Quente FM)

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