Greve encerra Escola Básica e Secundária e polo 2 de Macedo de Cavaleiros

Os cerca de 1100 alunos da Escola Básica e Secundária de Macedo de Cavaleiros e do polo 2 do agrupamento estão hoje sem aulas devido à greve nacional do corpo docente e não docente, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P.).

Fernanda Vicente, representante do sindicato a nível local, explicou esta manhã à Onda Livre os principais motivos da paralisação:

“Esta greve tem na agenda diversos motivos.

O primeiro é, sem dúvida, a desvalorização das carreiras dos docentes e não docentes, ou seja, de todos os profissionais que trabalham aqui nas escolas diariamente.

O segundo prende-se com a falta de docentes que tem vindo a ser um facto, sobretudo a sul do país, mas muito rapidamente vai ser um fenómeno a nível nacional.

Também a falta de assistentes operacionais é uma das reivindicações. Depois, temos aquelas que são as consequências imediatas destes problemas, porque se temos menos funcionários, obviamente que a segurança não pode ser assegurada.

Também não podemos esquecer que a faixa etária, de docentes e não docentes, se localiza neste momento, por exemplo na nossa escola, entre os 50 e os 60 e tal anos, e a exaustão é notória.”

O sindicato pede ainda medidas efetivas para lidar com a indisciplina e violência nas escolas:

“Temos um quadro legal, é um facto, que até nos abre expectativas positivas, mas na verdade não as podemos pôr em prática porque há falhas na lei. Nós sabemos que podemos multar os pais dos alunos pela sua indisciplina, mas quem dita o valor da multa? Eu não conheço nenhuma escola que até hoje tenha aplicado uma multa por indisciplina ou por violência aos encarregados de educação.

É preciso investir na educação, que é aquilo que percebemos que não está a ser feito.”

Esta greve está convocada desde dia 11 até dia 22, e as escolas têm vindo a organizar-se e a aderir em dias estipulados pelas próprias.

No caso de Macedo de Cavaleiros, a paralisação está prevista até sexta-feira, o que embora cause alguns transtornos, tem o apoio dos pais, deixa saber o presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, Carlos Batista:

“Também compreendemos as reivindicações dos professores e funcionários, muitos até são pais e pertencem à associação, e estamos até de alguma forma com eles porque se não tiverem condições para trabalhar, isso vai-se repercutir na educação das crianças.”

Sara Xavier é aluna do 9º ano e diz concordar com as reivindicações desta greve:

“Concordamos plenamente porque sabemos que a reforma tem sido cada vez mais adiada, o que faz com que tenhamos professores numa faixa etária já muito avançada e percebemos que o desempenho deles está cada vez mais fraco.”

 

Ao que apuramos, no Instituto Jean Piaget da cidade também houve adesão à greve.

Já no polo 1 do Agrupamento de Escolas de Macedo, onde são lecionadas aulas ao pré-escolar, primeiro e segundo anos, os serviços estão a funcionar normalmente.

Até ao momento, não há informação de mais escolas no distrito que tenham aderido à greve no dia de hoje.

Escrito por ONDA LIVRE

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