Dos 57 doentes tratados em casa pela unidade de hospitalização domiciliária da ULS Nordeste, o pai de Ivone Calado, com 87 anos, foi um deles. Foi-lhe diagnosticado uma infecção urinária e proposto que fosse tratado em casa. Ivone Calado, cuidadora responsável, entendeu que seria a melhor opção, uma vez que o seu pai estaria a ser tratado no seio familiar:
“Foi uma grata surpresa quando a equipa chegou a nossa casa, veio trazer uma lufada de ar fresco. O meu pai ficou imediatamente muito contente por regressar a casa e eu verifiquei que a recuperação dele foi muito mais rápida. Teve acesso a tudo que teria no hospital, ao soro, aos injectáveis dos antibióticos e um acompanhamento muito presente por parte da equipa.”
Em dez dias a infecção ficou tratada e não houve necessidade de recorrer às urgências. A cuidadora acredita que se o seu pai tivesse sido tratado no hospital a recuperação não teria sido tão rápida:
“Eu presumo que se o meu pai ficasse no hospital a recuperação seria muito mais lenta e a nível emocional teria consequências, presumo que, bastante graves para eles. Quanto mais humanizado estiver o serviço de saúde e quanto mais houver o acompanhamento dos familiares, mais rápida é a recuperação.”
Neste momento, a ULS Nordeste disponibiliza entre 5 a 8 camas numa área de 60km em linha recta. A médica e coordenadora da unidade de hospitalização domiciliária, Carmen Valdivieso, entende que este número é suficiente para já, mas acrescenta que, a longo prazo, o objectivo é aumentar as camas e a área que abrange a valência:
“Quando se prolongar mais no tempo iremos aumentar o número de camas e aumentar o número de funcionários disponíveis. Ainda não temos capacidade de aumentar o número de quilómetros para abranger mais aldeias.”
95% das pessoas propostas para aderir à hospitalização domiciliária aceitaram este método de cuidado hospitalar:
“Os que não aceitaram não foi por motivos económicos mas sim por motivos sociais, porque não tinham cuidados as 24 horas diárias, como pede o requisito”.
As patologias mais frequentes tratadas em hospitalização domiciliária estão relacionadas com o aparelho respiratório, urinário, cardiovascular e gastrointestinal. A equipa de médicos e enfermeiros ligados a esta valência rondam os 30 elementos.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)