A compra de publicidade institucional pelo Governo poderá ser uma ajuda para os órgãos de comunicação regionais, mas parece não ser o suficiente para manter os postos de trabalho. Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Radiofusão, as rádios estão a passar por dificuldades e não podem parar porque são obrigadas a manter a emissão. José Faustino salienta ainda que esta compra de publicidade acaba por não resolver os problemas das empresas:
“As medidas anunciadas pelo Governo, para além destes 15 milhões, não resolvem os problemas das rádios e dos postos de trabalho. As rádios tiveram entre 30 a 80% de quebra de faturação.”
A Associação Portuguesa de Radiofusão propôs que fossem tomadas algumas medidas para diminuir os gastos mensais das rádios, nomeadamente a isenção do pagamento da Segurança Social e o pagamento parcial de salários. Das várias propostas apresentadas, apenas uma foi aceite pelo Governo, a compra de publicidade institucional.
A compra de publicidade a cada órgão de comunicação será feita de acordo com a facturação de publicidade dos jornais, rádios e televisão. João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, entende que os 15 milhões de euros serão uma ajuda até que se definam apoios mais alargados:
“É uma forma de permitir passar este período mais difícil em que os Estados membros da União Europeia estão ainda a ajustar as suas políticas aos apoios e novas regras que Bruxelas está a decidir.”
Devido à pandemia 30 dos 600 jornais regionais já cessaram actividade ou mantêm apenas a actividade digital. O PCP apresentou no parlamento um projecto lei com medidas de apoio aos órgãos de comunicação social. No caso das rádios locais pedem a compensação no valor de 50% dos custos suportados por estas e, no caso da imprensa local e regional a comparticipação a 100% no custo da sua expedição postal para assinantes.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)