Cultura da cereja pode vir a receber mais apoios do Estado

A produção de cereja foi este ano prejudicada pelas condições meteorológicas, levando a quebras acentuadas, em alguns casos superiores a 50%.

Nesse sentido, o Governo está a pensar em uma estratégia para ajudar os produtores, referiu Carla Alves, Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte:

“A Ministra da Agricultura esteve no Fundão e apercebeu-se do problema gravíssimo na quebra de produção da cereja, sobretudo por causa das chuvas mas também das complicações com geadas em abril, e isso tudo prejudicou.

Também anunciou que está a pensar em uma medida de apoio financeiro para compensar estas quebras de produção.”

Carla Alves adianta ainda que há outras medidas que devem ser tidas em conta para a cultura da cereja no próximo quadro comunitário:

“Que num próximo quadro comunitário de apoio haja também aqui uma revisão da forma de aprovação destes projetos e de maneira a que tentemos que sejam financiadas as coberturas para os cerejais, com um apoio forfetário à plantação do cerejal, maior do que é hoje.

O mais importante é não pensarmos em dar apoio apenas quando a produção diminui, mas, sobretudo, ajudar quando queremos plantar novo cerejal e queremos que esses não venham a ter problemas, visto que a agricultura é feita ao ar livre e os condicionalismos meteorológicos trazem problemas.

Para evitar esta dependência tão grande, os apoios à cobertura dos cerejais poderá minimizar este impacto negativo.”

No que toca à agricultura em geral, a Diretora Regional destaca a criatividade dos produtores do Norte em adaptar-se à nova realidade trazida pela pandemia para conseguir escoar os produtos:

“Durante este tempo de pandemia algumas pessoas tiveram mais criatividade do que o habitual e procuraram outras formas de vender os produtos, como por exemplo a questão do online e também da venda para grandes superfícies.

Temos carnes autóctones da região que não estavam nas grandes superfícies e hoje estão. Os casos mais graves da região Norte são os leitões (suínos) e das flores, e esses, de facto, estagnaram bastante. Os restantes têm sido setores que têm tido escoamento mas com alguma diminuição do preço, por causa da diminuição da procura, e estamos agora empenhados em ajudar na retoma da venda dos produtos agrícolas.”

Carla Alves deixou ainda saber que há cerca de um mês enviou um pedido a todos os autarcas da região Norte apelando à abertura de pequenos mercados locais para escoamento de produtos, respeitando as medidas de segurança e higienização vigentes.

Escrito por ONDA LIVRE