Detetados desvios de água na aldeia de Talhinhas (Macedo de Cavaleiros)

Detetados desvios de água na aldeia de Talhinhas (Macedo de Cavaleiros)

Foram detetados dois casos de desvios de água na aldeia de Talhinhas, em Macedo de Cavaleiros

Esta manhã, a GNR e técnicos do município estiveram na localidade para cortar as passagens de água ilegais.

O presidente da junta, Jorge Asseiro, conta que no domingo de manhã o depósito da aldeia estava completamente vazio:

“Chegamos à conclusão que ou havia um desvio grande de água ou alguma fuga.

Eu e o meu tesoureiro demos uma volta à aldeia, não detetamos fuga nenhuma, não vimos a água a sair à superfície em lado nenhum, e reparamos que a partir do meio dia, o depósito começou a encher. Concluímos que havia desvios de água.

Já tínhamos algumas desconfianças sobre um habitante, já tínhamos documentação, fotografias e alertamos o responsável do município. Depois de darmos mais uma volta à aldeia, encontramos mais um caso, que do meu ponto de vista é ainda mais grave.

Os dois casos que detetamos eram para rega de hortas.”

E estas são situações que já se arrastam há algum tempo, acrescenta o presidente:

“Já tinha sido alertado, principalmente pela parte dos responsáveis das Águas do Trás-os-Montes, que é a entidade que monitoriza a entrada e saída do depósito, que a aldeia de Talhinhas estava a ter um consumo exagerado de água para o número de habitantes que tem. Já andávamos desconfiados.

Começamos a ter mais certezas quando a câmara fez a delegação da competência da leitura dos contadores na junta. Como eu conheço as pessoas da aldeia, sei quantas vivem em cada casa e se as pessoas têm ou não quintal para regar, tirei as minhas conclusões e fiz as minhas leituras do resultado.
No mês seguinte, em julho, voltei a comparar os resultados e vi que havia aqui situações que não batiam certo.
Pessoas que têm quintais, sei que regam e que não têm água de depósitos próprios, e depois as leituras vinha pequenas, há qualquer coisa ali que não bate certo. Então começamos a fazer umas vigilâncias, principalmente o meu tesoureiro, até que um dia apanhou a pessoa a fazer o desvio da água.”

A água não faturada é um dos principais problemas do concelho, e, segundo os últimos dados divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas (ERSAR), relativos a 2018, por dia, não era contabilizada 69,5% da água consumida, o que colocava o município de Macedo no topo da lista dos que mais água desperdiçam.

O vereador do município, Rui Vilarinho, está consciente de que estas situações acontecem em todo o concelho e garante que vão criar uma equipa apenas para deteção de roubos de água:

“Constatamos que há na cidade e nas aldeias de todo o concelho situações semelhantes a esta.

Vamos atuar, sempre com o apoio das forças de segurança. São situações que estão a fazer com que os nossos níveis de perdas sejam muito grandes, há momentos que nós não conseguimos discernir qual é a perda de água ou o consumo ilícito. Com o que encontrarmos, a partir de agora, o procedimento vai ser sempre este: vamos ao local, as pessoas são identificadas e isso vai ser transversal ao concelho.
Quem incorrer neste crime será penalizado.
Foi adquirido há pouco tempo equipamento específico, e a partir de agora vamos entrar no terreno, também com o apoio das juntas e de todos os munícipes. Quem souber de situações irregulares deve reportá-las ao município porque quem rouba água, rouba-nos a todos. 
Se calhar, uma grande percentagem da água perdida é roubada.
Já temos mais casos identificados e vamos atuar da mesma forma.”

No local estiveram agentes do posto da GNR de Morais que identificaram os infratores.

Escrito por ONDA LIVRE

 

smart

smart

smart

Relacionados