Na quinta-feira inicia o ano letivo para os cerca de 1400 alunos do Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros.
O regresso ao regime de aulas presencial exige a adoção de medidas de segurança, definidas pela Direção-Geral da Saúde, lembra o diretor do agrupamento de Macedo, Paulo Dias:
“Questões ligadas à circulação dentro da escola, à utilização dos espaços, à obrigatoriedade de usar máscara pelos alunos, que vão receber um kit com três máscaras reutilizáveis, certificadas e laváveis até 25 vezes.
Há dispensadores de álcool gel em todas as salas e espaços e haverá um reforço muito grande na questão da limpeza e desinfeção dos espaços utilizados pelos alunos e professores.
Contamos ainda conseguir, pelo menos uma vez por dia, fazer uma desinfeção com pulverizadores, que a autarquia adquiriu a nosso pedido, e contém um biocida que elimina vírus e bactérias. Pelo menos uma vez por dia todos os espaços da escola serão completamente desinfetados.”
No entanto, Paulo Dias aponta que a impossibilidade de desdobrar as turmas por falta de salas está a causar alguma preocupação:
“O que nos preocupa mais é a questão do distanciamento dentro da sala de aula, ou a falta dele. Fosse qual fosse a solução, para um ensino presencial para todos os alunos, nunca teríamos possibilidade de desdobrar as turmas porque não temos salas. Temos 40 turmas a funcionar aqui na antiga escola secundária e há momentos em que temos todas as salas ocupadas, se as turmas estivessem desdobradas precisávamos de 80 salas.
Isso só seria possível se houvesse uma alteração relativamente às turmas que têm de estar presencialmente e houvesse a possibilidade de outras estarem no regime de ensino à distância. “
O diretor admite ainda que há falta de assistentes operacionais para assegurar as medidas de higienização exigidas:
“Falta-nos pessoal não docente porque este esforço de limpeza, higienização e funcionamento de alguns setores de uma forma diferente, está-nos a criar aqui alguma dor de cabeça porque há princípios que não estamos a conseguir assegurar, mas estamos a trabalhar nesse sentido.”
No primeiro dia de aulas, os Diretores de Turma vão informar e consciencializar os alunos para a problemática da pandemia e para a necessidade de usar meios de proteção individual.
Paulo Dias destaca a importância dos encarregados de educação nessa questão:
“É fundamental que os pais façam esse trabalho de sensibilização junto dos alunos para que eles cumpram o uso de máscara, etiqueta respiratória, lavagem e desinfeção das mãos quando entram na escola, na sala, antes de comer. Há dispensadores de álcool por todo o lado.”
A presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, Sandra Abrunhosa, acha que além do já estipulado, devia também ser medida a temperatura à entrada da escola:
“Acho que deviam medir a temperatura à entrada da escola. Sei que os dados só podem ser registados por profissionais de saúde mas essa medida devia ser implementada desde o início. O Governo não dá essa medida como obrigatória mas eu sei que há agrupamentos, a nível nacional, que vão medir a temperatura de toda a gente, não apenas dos alunos. É uma forma de prevenir logo de início, para não começarmos mal.”
E um possível retorno ao ensino à distância preocupa os encarregados de educação por considerarem não ser um método tão eficaz:
“Para os mais novos não é e todos os pais chegaram a essa conclusão. Foi anunciado pelo Governo que iam emprestar 100 mil computadores, começando pelas crianças mais carenciadas. No entanto, ainda nada foi anunciado. Se tiverem de regressar a casa, não estarão preparados. Tal como aconteceu anteriormente.”
Está a ser recomendado aos alunos que só saiam da sala para intervalo na pausa mais longa, de 15 minutos, o bar não vai funcionar, sendo substituído por máquinas de venda automática, com desinfetante.
As escolas são obrigadas a ter uma sala de isolamento, munida com meios de proteção individual, no caso de surgir algum caso suspeito.
Escrito por ONDA LIVRE