O deputado municipal do PSD de Macedo de Cavaleiros, Nuno Morais, alega que cerca de duas toneladas de resíduos de amianto, resultantes das obras do quartel da GNR da cidade, foram depositadas num armazém de inertes da autarquia, relativamente próximo do centro de saúde e do hospital.
A questão já tinha sido levantada pelo deputado na assembleia municipal de junho, primeiramente alertando de que os resíduos estariam depositados num aterro, na zona industrial, e voltou a ser questionada na última reunião, no final de setembro, apontando agora uma nova localização.
Nuno Morais considera que a atitude da autarquia é “lamentável” visto que a situação representa um risco para a saúde pública:
“Já a remoção do amianto das obras não foi feita de acordo com o que diz a legislação, assim como a sua colocação num aterro autorizado. Estávamos à espera que a autarquia o realizasse.
A agravar isso, foi posteriormente feita a deslocação desses resíduos para um armazém de inertes que a câmara tem por trás do Ecocentro, a 50 metros do centro de saúde e a 100 metros do hospital.
Sabendo nós que as fibras de amianto são muito perigosas para a saúde, com efeito cancerígeno, achamos uma atitude lamentável, irresponsável e altamente condenável.
Embora possa haver aqui uma responsabilidade do empreiteiro, existe uma responsabilidade ainda maior da câmara, uma vez que é dona da obra e é uma instituição pública que está, neste caso, a violar a lei.
Lamentamos o sucedido, achamos que a população e o concelho, em termos ambientais, não merecem este tratamento, o que dá também um péssimo exemplo e imagem.”
Para o também presidente da concelhia Social-Democrata, a solução passaria por “remover os resíduos, colocando-os num aterro devidamente autorizado”.
Quando confrontado com a questão na reunião de assembleia municipal, o autarca de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, justificou tratarem-se de resíduos deixados pelo anterior executivo. No entanto, afirmou que, mesmo assim, iria levantar a questão sob pena de obra do quartel poder parar:
“Vou confrontar o empreiteiro e perguntar o porquê. Aquilo que me foi comunicado foi que na zona industrial havia um aterro de inertes que tinham sido lá deixados pelo anterior executivo. Eu dei ordem para que esses resíduos fossem imediatamente removidos. A responsabilidade é de outra empresa e nós não temos nada a ver com aquilo.
Eu vou ter isso em linha de conta, mas se isso for um facto, quem vai ser multada é a empresa. O que pode acontecer é pararem as obras, visto que eu vou levantar a questão e vão parar porque o PSD levantou esse problema aqui. O levantamento de uma irregularidade nesta parte inviabiliza a execução do projeto, parando-o. A candidatura é automaticamente suspensa.”
Em resposta às alegações do presidente da câmara, o anterior autarca, Duarte Moreno, sem prestar declarações gravadas, respondeu que “durante os quatro anos que estiveram no poder, a única obra que envolveu amianto, e que já foi concluída pelo atual executivo, foi a do Pavilhão Municipal, cujo caderno de encargos obrigava a que esses resíduos fossem colocados em depósito legal, e foi isso que aconteceu”, disse ainda Duarte Moreno.
Escrito por ONDA LIVRE