O presidente da Resíduos do Nordeste, Hernâni Dias, continua a bater o pé a uma nova taxa que entra em vigor em janeiro e que vai duplicar os custos da gestão de resíduos.
Durante a apresentação do “Guia para uma gestão circular de resíduos”, em Carrazeda de Ansiães, com a presença da secretária de Estado do Ambiente, Hernâni Dias disse não compreender que se agravem os custos em tempo de crise:
“Não se compreende, de forma nenhuma, como é que numa altura destas, em que as famílias estão com uma situação financeira difícil, bem como as entidades gestoras, se quer aumentar em 100% a taxa de gestão de resíduos que só neste sistema da Resíduos do Nordeste representa um aumento de 400 mil euros por ano. No limite, isto pode pôr em causa a sustentabilidade financeira da própria empresa e, na minha opinião, só poderá ser resolvida onerando a fatura dos cidadãos, coisa que a Resíduos do Nordeste não quer fazer.”
Hernâni Dias compreende que o Governo queira penalizar as empresas que estão a importar resíduos de outros países, mas devem ser tidas em conta a especificidade e localização de cada empresa de recolha e tratamento de lixo.
Para além disso, tem de haver garantias de que a contribuição também beneficia a região que a paga:
“Esta taxa reverte para o Fundo Ambiental mas não há forma de conseguirmos perceber se os investimentos que são feitos são com algum tipo de aviso ou documento, porque há uma pequena percentagem que é feita por aviso e os restantes são feitos à discricionariedade do governante, que depois decidem aplicar uns quantos milhões a tratar a Costa ou qualquer outro investimento que nada tem a ver com os nossos territórios. Claramente que estamos a contribuir para outros territórios sem que isso seja minimamente justo.”
A secretária de Estado do Ambiente, Inês Costa, respondeu que não há que dramatizar a taxa de gestão de resíduos, a TGR, pois só o lixo incinerado e depositado em aterro é que vai ser penalizado. O objetivo é que se recicle mais:
“Se nós reduzirmos, prevenirmos, reutilizarmos e reciclarmos, isso são tudo fluxos materiais que não são taxados pela TGR. De cada vez que uma pessoa separa material num ecoponto, esse material não é taxado. Unicamente aquilo que vai para aterro é que é taxado. Temos de trabalhar as soluções que não pagam TGR, é esse o caminho que temos de fazer.”
Para que se poupe na produção de lixo e se recicle mais, a empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste criou o “Guia para uma gestão circular de resíduos”, esperando que resulte na sensibilização para aqueles objetivos da população dos 12 concelhos do distrito de Bragança e ainda do de Vila Nova de Foz Côa.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)