Os enfermeiros começaram esta segunda-feira uma greve de cinco dias até à próxima sexta-feira. É convocada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), e embora a grande maioria dos profissionais que aderiram se mantenham a trabalhar, para garantia dos cuidados de saúde dos utentes, o protesto surge como um alerta para o desgaste e desmotivação destes profissionais, como refere Fernando Fernandes, do sindicato:
“Não queremos provocar constrangimentos na população nem no atendimento aos doentes, mas não podemos deixar de fazer o alerta para as situações catastróficas que estão a acontecer. Em primeiro lugar, pelo número de enfermeiros que existem nos serviços e que irão cada vez ser menos porque temos colegas a ficar doentes. Por outro lado, estamos a ser confrontados por propostas muito aliciantes do estrangeiro, e se não forem tomadas medidas pelo Governo e pelo Ministério da Saúde, poderão ainda sair mais profissionais do país porque em Portugal não são valorizados.”
Os enfermeiros pedem, por isso, “mais consideração e respeito” por parte da tutela, com medidas concretas, explica ainda o sindicalista:
“Pretendemos que a nossa profissão seja considerada de risco e que isso possa ter alguma vantagem no tempo de reforma, pois não podemos continuar a trabalhar até aos 70 anos com o desgaste que estas profissões da saúde têm. Por outro lado, pretendemos que a carreira seja negociada porque os acordos que estavam a ser feitos antes das eleições do ano passado ficaram por fechar.
No entanto, a cereja no topo do bolo seria se se resolvesse a questão dos contratos de quatro meses que fizeram aos enfermeiros para estar na linha da frente no tratamento de doentes covid, e agora na segunda renovação correm o risco de serem despedidos, o que desfalca ainda mais o setor.”
Por enquanto ainda não se conhecem os números da adesão à greve nos distritos de Bragança e Vila Real, no entanto, já se sabe que em alguns outros pontos do país está a ser na ordem dos 70%.
Escrito por ONDA LIVRE