Família de homem encontrado morto no rio Tua continua sem respostas

Mais de dois meses depois, continua por desvendar a misteriosa morte de um homem de 32 anos resgatado das águas do rio Tua, em Valverde da Gestosa, no concelho de Mirandela, com um tiro na cabeça, quando estava à pesca. Crime por negligência ou intencional, são hipóteses em aberto.
Os pais e amigos da vítima estão revoltados com a falta de respostas.

Maria José, a mãe de Cláudio Nascimento, acredita que a PJ está a fazer o seu trabalho de investigação, mas não esconde a sua angústia com a falta de informação sobre o que aconteceu ao seu filho naquela tarde/noite:

“Foi uma morte silenciosa. Não sabemos o que realmente aconteceu, nem sequer o que revelou a autópsia. Pensamos se ele ainda terá ido vivo para o rio, se morreu logo. Não sabemos de nada, tem sido um período de muita dor.”

 

Este silêncio também está a ter reflexos nos habitantes da aldeia de Valverde da Gestosa. Luís Esteves, o presidente da União de Freguesias de Barcel, Marmelos e Valverde da Gestosa, nota receio e desconfiança nas pessoas:

“Noto que as pessoas estão em sobressalto, com medo e com receio no dia-a-dia, desconfiadas e ansiosas por notícias. A família está destruída psicologicamente. Isto causa um sofrimento enorme e ainda por cima não sabem quem tirou a vida ao filho.”

 

A revolta com a falta de respostas para o que aconteceu naquele dia, também é evidente nos amigos de Cláudio, como é percetível nas declarações de Micael, Cátia e Dalila:

“Era uma pessoa pacata, não se metia com ninguém.
Estamos revoltados porque não há notícias, ninguém nos dá respostas. Não sabemos porque fizeram isto ao Cláudio, se foi de propósito, se não.
Era um rapaz cinco estrelas e não merecia o fim que teve. Este silêncio mata qualquer pessoa.”

 

Cátia Alves recorda as últimas palavras de Cláudio, no café da aldeia, algumas horas antes da morte:

 

“Eu disse-lhe que fosse para casa, que não fosse à pesca. A rir, disse-me que ia dormir e ver uma série. Às oito da noite disseram-me que o Cláudio tinha desaparecido.” 

 

Não são ainda conhecidas as circunstâncias em que ocorreu a morte de Cláudio Nascimento. Sabe-se apenas que nessa tarde, do dia 29 de novembro, a vítima foi à pesca, como era habitual, no local, conhecido como a zona da “fraga velha”, a mais de dois quilómetros da aldeia. Como nunca mais dava notícias, o pai foi saber dele, mas ao chegar ao local, estava apenas a mochila, a cana de pesca, o chapéu e muito sangue espalhado.
Foram acionados os bombeiros e os militares da GNR e o corpo foi resgatado do rio Tua, já na madrugada do dia seguinte. Ao que apuramos, Cláudio terá sido atingido na zona da cabeça com um tiro disparado por uma arma de grande porte, provavelmente uma caçadeira.

 

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Terra Quente)