BE lança a campanha #edppagaoquedeves a propósito da venda das seis barragens transmontanas

O Bloco de Esquerda vai levar para as ruas a campanha #edppagaoquedeves, a propósito da venda da concessão das seis barragens transmontanas. A Comissão Coordenadora Distrital de Bragança do partido diz-se solidária com as gentes da região e considera que os 110 milhões de euros, relativos ao Imposto de Selo, devem ser entregues aos transmontanos.

Jóni Ledo, da comissão distrital do bloco, explica que esta é, sobretudo uma forma, de dar a conhecer a todo e qualquer cidadão o que está a acontecer:

“A nível político temos feito todos os esforços possíveis mas é preciso que toda a população lute do mesmo lado, junto do Movimento Cultural da Terra de Miranda. Só trazendo para o conhecimento público a questão é que podemos ganhar força e lutar contra o gigante.”

Jóni Ledo considera que esta é uma região há muito lesada pelas negociatas das barragens. Assim, diz que o Governo, que nada parece fazer para que esta situação se resolva, devia assumir uma posição mais firme:

 “A nossa deputada Mariana Mortágua já explicou muito bem como funcionou este esquema da EDP para vender a concessão à Engie, da criação das empresas com apenas um funcionário e, entretanto, a sua extinção passado dois ou três dias. As cartas estão todas na mesa mas falta, provavelmente, vontade politica do Governo. Cabe também aos nossos autarcas ter uma posição firme na questão. A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes já tomou posição mas é preciso fazer mais pressão.” 

Jóni Ledo reforça ainda que Trás-os-Montes foi um dos locais preferenciais para a construção de barragens mas que os benefícios só chegaram aos seus concessionários:

“Quem não se lembra da histórica Linha do Tua? É só ali passar e ver o que foi feito a uma das paisagens mais bonitas de Portugal”, salientou, lembrando que as contrapartidas, como o Plano de Mobilidade do Tua, não chegam ou quando chegam não é tal como a promessa feita.”

O Ministério Público está a investigar a venda de seis barragens da EDP, acrescentando que estarão em causa “crimes de corrupção, tráfico de influências e fraude fiscal qualificada”, avançou ontem o Correio da Manhã. O processo está a cargo do Departamento Central de Investigação e Acção Penal e ainda não haverá arguidos constituídos. Este departamento já estava a analisar a operação, depois de ter recebido um documento elaborado pelo Movimento Cultural Terras de Miranda, no começo de um ano, que levantava várias suspeitas sobre a actuação do Governo.

Segundo avançou ainda o jornal, a investigação dura há mais de meio ano, portanto começou antes de o Bloco de Esquerda ter denunciado um alegado esquema de planeamento fiscal agressivo e de o PSD ter enviado à Procuradoria-Geral da República um pedido formal de averiguação.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)