Folares de Vilarinho de Agrochão estão este ano à distância de uma chamada

Tal como o ano passado, também neste não foi possível realizar a Feira do Folar em Vilarinho de Agrochão, no concelho de Macedo de Cavaleiros, mas não é por isso que os amantes da iguaria vão ficar sem ela nesta Páscoa.

Para contornar a ausência do certame, que, se não fosse a pandemia, estaria este ano na 21ª edição, a junta de freguesia está a fazer a ponte entre produtores e compradores, como explica o presidente, Manuel Mico:

“Temos na página de Facebook da junta de freguesia os contactos para que as pessoas que pretendam adquirir folares o possam fazer.

Já tive alguns pedidos o que me deixa bastante contente.

Quando há pedidos peço às produtoras que confecionem os folares, depois entramos em contacto com as pessoas que nos fizeram a encomendam e nós próprios vamos entregar.

As pessoas podem estar descansadas pois as medidas sanitárias são todas aplicadas.

Esta ideia surgiu, no fundo, para que a marca da feira não termine e para que haja a lembrança de que ela existe e vai continuar a existir.”

Um sistema de vendas que foi agora implementado devido à não realização do certame mas que o presidente da junta adianta já que é para se manter ao longo de todo o ano:

“É para manter e até já há quem produza todo o ano.

Com este sistema queremos alavancar mais as vendas e, por isso, apoiaremos o ano todo.”

O processo para certificar o Folar de Vilarinho de Agrochão e constituir uma marca tem estado a ser trabalhado mas sofreu alguns atrasos devido à pandemia.

Atualmente, na aldeia são cerca de oito as produtoras da iguaria que é praticamente 100% confecionada com produtos produzidos na localidade, o que a distingue das demais:

“A não ser a farinha, os restantes ingredientes são todos de Vilarinho de Agrochão e é isso que faz a diferença.

Uma coisa é chegar-se ao talho e comprar as carnes para fazer os folares, outra coisa é as pessoa utilizarem os produtos que têm em casa, como o fumeiro, feito em dezembro ou janeiro. Não é utilizado bacon, por exemplo, mas sim a chouriça antiga e outras carnes tradicionais. O próprio azeite é da produção dos agricultores e os ovos são caseiros.

São utilizados produtos biológicos e isso faz a diferença do folar, o que faz com que as pessoas o continuem a vender.

É uma tradição que já passou por várias gerações e é uma marca que queremos deixar.”

O Folar de Vilarinho de Agrochão à distância de uma chamada, neste que é o segundo ano consecutivo em que a feira não pôde acontecer devido à pandemia de Covid-19.

Escrito por ONDA LIVRE