A aeronave que se despenhou em Bragança em Março de 2019 caiu devido a uma “falha catastrófica da asa direita”, que terá sido provocada pela pilotagem “fora dos seus limites operacionais”, nomeadamente o excesso de velocidade.
É esta a conclusão da investigação ao acidente do ultraleve do Aeroclube de Bragança que há dois anos vitimou mortalmente ambos os ocupantes, o piloto de 60 anos e o ocupante de 26.
Segundo o relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários, divulgado ontem, a falha da asa direita, que acabou por se partir e separar do ultraleve em pleno voo, foi desencadeada “pela provável operação da aeronave fora do envelope de voo”.
No documento é descrito que na última fase do voo são realizadas duas manobras acrobáticas em que “provavelmente são excedidos os limites de variação de velocidade” o que terá tido “implicações na deformação estrutural da aeronave”.
Na investigação ao acidente foi constado que o ultraleve “foi operado excedendo os limites de carga aerodinâmica por terem sido ultrapassados os limites máximos de velocidade induzindo sobrecargas estruturais”. É ainda referido que “o projecto e fabrico da aeronave não cumpriam com as especificações técnicas e padrões aplicáveis” e que “descolou com uma massa superior à massa máxima autorizada”.
No relatório é também levantada a possibilidade de o ocupante, um piloto de 26 anos, ter influenciado a condução do voo, sendo destacada “a falta de experiência” e de “conhecimento do modelo da aeronave”, apesar de ter licença de piloto comercial.
Foto: GPIAAAF
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)