Macedo de Cavaleiros pode vir a ter o primeiro museu de Portugal dedicado aos Templários

O repto foi deixado pelo presidente da Associação Terras Quentes, Carlos Mendes, durante as 16ª Jornadas da Primavera, onde foi apresentado o trabalho de investigação desenvolvido pela associação no último ano e que permitiram concluir a ligação não só de Macedo mas também do distrito de Bragança aos templários:

“Macedo de Cavaleiros é, no nosso entender, uma cidade templária.

Um museu único no país, por sermos os únicos a ter este género de peças. Fomos abordados por várias autarquias mas declinamos sempre. No caso do Nordeste e de todo o distrito de Bragança, todo ele é templário.

Se recuarmos à altura em que Portugal era apenas da linha do Douro para cima vemos que existiam várias linhas de castelos que contribuíram para o povoamento da altura e defesa do país. Aliás, todo o país deve sentir-se orgulhoso e agradecer todo este trabalho dos transmontanos.” 

 

Uma proposta que foi bem recebida pelo presidente da câmara, Benjamim Rodrigues, que gostaria de fazer de Macedo a “cidade dos museus”:

“Temos um repto muito desafiante em mãos mas que terá pernas para andar. Esperamos, dentro de pouco tempo, poder fazer uma anúncio público deste museu que é único. Da nossa parte, poderão ter a certeza que estaremos disponíveis para receber o acervo, porque se trata de um museu com peças originais e isso enriquecerá muito o local de visita. O projeto passa por um grande núcleo museológico na cidade e , quem sabe, poderemos, dentro de pouco tempo, ser a cidade dos museus.”

 

Entre o trabalho realizado pela Associação Terras Quentes, apresentado agora no 16º caderno, destaque ainda para as descobertas arqueológicas na Fraga dos Corvos, local que, no entender do presidente da associação, poderia constituir um ponto de atração turística para o concelho:

“Demonstrámos a potência que tem a Fraga dos Corvos, um sítio com cerca de 3800 anos e onde pusemos à vista uma muralha, o que significa que podemos monumentalizar o sítio. 

Há também um desafio grande em conseguirmos reconstituir todo o sítio. Já temos 17 cabanas detetadas. Depois queremos fazer uma ligação mas isso depende do poder financeiro que consigamos reter. Queremos dar outra dinâmica turística ao concelho colocando até, quem sabe, um teleférico.”

 

Também os trabalhos na Terronha de Pinhovelo, que fora em tempos uma cidade, revelaram descobertas importantes:

“Foi uma releitura que fizemos e descobrimos uma coleção muito boa sobre apetrechos de cavalos. É muito interessante e conseguimos, mais uma vez,  mostrar peças que não conhecemos outras iguais no mundo, como por exemplo aquele sino que se pendurava no pescoço do cavalo. Isso estava dentro da estratégia militar para matar romanos.”

 

O início da apresentação das 16ª Jornadas da Primavera da Associação Terras Quentes ficou marcada pela assinatura do protocolo de cooperação entre a associação e a câmara municipal, que vai permitir a reabertura dos museus municipais Martim Gonçalves de Macedo e de Arqueologia Manuel Albino Pereira Lopo a curto prazo.

 

Escrito por ONDA LIVRE 

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