O Estatuto do Antigo Combatente, aprovado o ano passado em Assembleia da República, veio trazer reconhecimento moral mas deixa muito a desejar quanto à ajuda material.
Quem o diz é o General Joaquim Chito Rodrigues, Presidente da Liga dos Combatentes:
“O que surgiu foi a alteração do coeficiente especial de pensão, que até pode parecer significativo, mas só diz respeito a 1700 combatentes, e embora tenha aumentado a 100%, significa que o subsidio que recebem passa de 7€ para 14€.
Há combatentes a receber 50€, outros 75€ e outros 100€, por ano. Portanto, entendemos que isso deve ser revisto, fundamentalmente nos combatentes que têm pensões de pobreza. Debatemos-nos para que esses combatentes tenham pensões de valor correspondente ao vencimento mínimo.
Na parte da saúde, o estatuto só toca na taxa moderadora, que por si só já é isenta a muitos deles. Precisamos de apoio hospitalar, apoio do hospital das Forças Armadas, apoio médico e medicamentoso para quem tenha determinadas doenças, assim como apoio jurídico para os assuntos que dizem respeito ao serviço militar e que, por vezes, os combatentes têm de resolver.”
Por isso, a Liga fez uma nova proposta ao Governo:
“O sr. Presidente da República disse que o estatuto atual era o início de um caminho, assim como o disseram também o Ministro da Defesa e a Secretária de Estado.
A Liga já entregou uma proposta ao Governo e à Assembleia da República, na linha do que disseram esses governantes, que aguardamos com muita esperança.”
Declarações à margem da comemoração do 10º aniversário do Núcleo da Liga dos Combatentes de Macedo de Cavaleiros, que aconteceu este domingo.
Dez anos que provam a união que existe entre os combatentes, que estiveram presentes em grande número na cerimónia, refere o presidente do núcleo, António Batista:
“Estavam aqui à volta de 40 combatentes.
A postura deles, que já saíram da guerra há cinquenta e tal anos, continua a ser exemplar, própria de militares que ainda sentem orgulho por terem ido defender a pátria deles lá fora.
No fundo, é uma vitória da Liga dos Combatentes, que nos representa, e da qual hoje tivemos aqui o presidente e o vice-presidente.”
A cerimónia contou com os habituais discursos e colocação de dois ramos de flores na Praça dos Combatentes.
Estiveram representados os núcleos ativos de todo o distrito de Bragança e ainda os de Vila Real e Chaves.
Escrito por ONDA LIVRE