A autópsia feita ao estudante do Instituto Politécnico de Bragança, Luís Giovani Rodrigues, contradiz o que a acusação relata. A afirmação é do perito forense Duarte Nuno Vieira, que foi ouvido esta segunda-feira, no tribunal de Bragança, no âmbito do caso Giovani, o jovem que morreu no final de 2019, dez dias depois de alegadamente ter sido espancado. O antigo presidente do Instituto de Medicina Legal, testemunhou a pedido da defesa de um dos sete arguidos:
“A autópsia consiste em pôr um corpo a falar e a dizer o que é que lhe aconteceu. Nesta autópsia há imensas contradições entre o relato da acusação e aquilo que as testemunhas terão contado, bem como aquilo que depois o cadáver nos contou. Há aqui contradições muito significativas que não nos permitem ter a certeza do que é que terá acontecido e se aquelas lesões são resultantes de uma ato de agressão ou se são de um impacto acidental da cabeça.”
O perito considera que é mais provável que Giovani tenha caído, uma vez que se tivesse sofrido numa pancada inicial, desferida pelos arguidos, muito dificilmente tinha feito o percurso que é descrito, sobretudo a correr:
“Tenho as minhas dúvidas de que se aquela lesão tivesse resultado de um primeiro traumatismo intenso, que aquele cidadão ainda poderia fazer todo o percurso que fez a correr, com a gravidade das lesões que tinha. Não é uma impossibilidade mas vejo isso com dificuldade. De facto, há uma pancada única mas se foi de agressão ou se foi acidental, isso eu já não posso adivinhar.”
A testemunha refere ainda que se houvesse marcas de defesa seria mais fácil esclarecer o que poderá ter acontecido.
As próximas sessões de julgamento estão marcadas para os dias 10 e 17 do próximo mês, sendo que esta ultima servirá para as alegações finais.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)