Presidente de Bragança teme encerramento da única maternidade do distrito por falta de médicos

Perante a falta de médicos obstetras na maternidade de Bragança, a única no distrito, o presidente da câmara teme que este serviço possa fechar em breve. Já não é a primeira vez que a maternidade está em risco de fechar e agora volta a levantar-se essa possibilidade. Hernâni Dias reconhece que o encerramento seria uma perda enorme para Bragança:

“Obviamente que este é um assunto que terá que ser resolvido. Nós tememos, sinceramente, que possa haver aqui uma tentativa de encerramento. Não deixaremos de tomar as medidas necessárias, não tanto sob o ponto de vista da execução, porque aí não temos qualquer tipo de intervenção, mas também alertar para esta que é uma situação problemática, representando uma perda enorme para Bragança.”

Em 2021, nasceram 385 bebés na maternidade de Bragança, no entanto foram registados no distrito 513 testes do pezinho. Ou seja, os bebés da região estão a nascer noutras unidades de saúde fora distrito, nomeadamente em Vila Real. O autarca diz que este cenário pode mudar com a contratação de mais profissionais:

“Conheço duas pessoas que estão interessadas em vir para Bragança e elas não são contratadas. Já seria grave que houvesse falta e não houvesse ninguém a querer vir, mas é mais grave ainda quando nós vemos que há interesse e não há vontade de contratar estas pessoas.”

Hernâni Dias adiantou ainda que já confrontou a Unidade Local de Saúde do Nordeste com esta situação e que a informação transmitida não reflete a realidade:

“Eu tive já a oportunidade de questionar a Administração da ULS do Nordeste e, curiosamente, aquilo que me responderam não é exatamente aquilo que acontece na realidade. Por isso, percebemos bem que não há aqui uma vontade clara de explicação daquilo que é a realidade local, o que ainda nos preocupa mais, porque o contato que temos tido com grávidas que apontam alguns problemas não são confirmados pela Administração Local de Saúde.”

Contatada a Unidade Local de Saúde do Nordeste respondeu que a saída de um médico desta especialidade tem provocado “constrangimentos pontuais na constituição da equipa médica de urgência”, no entanto “a atividade assistencial urgente é sempre assegurada por um especialista em Ginecologia e Obstetrícia”. Referiu ainda que é “prioridade do Conselho de Administração da ULS do Nordeste, em articulação com o Ministério da Saúde, reforçar as equipas de médicos especialistas” e que “são abertas, todos os anos, vagas nesta especialidade para a ULS do Nordeste”. Contudo, não confirmou nem negou que o ministro das Finanças tivesse proibido a contratação de profissionais.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)