Há falta de bombeiros na corporação de Izeda

A corporação de bombeiros de Izeda, no concelho de Bragança, está com falta de recursos humanos. Quem o diz é o próprio comandante, Óscar Esménio, que afirma que se perderam metade dos voluntários na última década. Neste momento, o corpo ativo é de apenas 30 elementos, sendo que 20 são profissionais e apenas dez voluntários:

“Nós tivemos uma sangria de elementos muito elevada. Estamos a falar de 50% de pessoas que, de há dez anos para cá, simplesmente desapareceu. O pessoal que tínhamos formado, entre os 25 e os 30 anos, emigraram, foram à procura de emprego. Agora já estão de uma forma confortável nos países que os acolheram e faziam-nos falta, mas temos que resolver de outra forma. Não sei bem como mas talvez passe pelo começo da profissionalização com a constituição de EIP’s (Equipas de Intervenção Permanente).”

Já em Bragança a falta de recursos humanos não se sente da mesma forma, sendo que os bombeiros têm, neste momento, uma escola de voluntários. Quando a formação acabar, a corporação fica com 120 elementos, sendo eles 55 profissionais e mais de 60 voluntários. José Fernandes, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança, confirma que o problema é fixar os jovens na terra:

“Já tivemos mais voluntários, mas, neste momento, temos uma escola com 15 elementos. Vamos ver quantos ficam até ao fim. Eles começam com 15 ou 16 anos e depois vão estudar para fora. Além disso, muitos deles, depois não têm trabalho cá e acabam por ir embora.”

Declarações de Óscar Esménio e de José Fernandes à margem da assinatura de protocolos de cooperação institucional entre o município de Bragança e as Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários de Bragança e de Izeda.

Izeda recebeu 134 mil euros que, segundo o comandante, são muito importantes:

“Se não fosse este apoio por parte da câmara não conseguiríamos responder ao que temos vindo a responder. Ainda assim, os homens são sempre poucos e o valor a pagar-lhes nunca é demais.”

Os bombeiros de Bragança receberam mais de 366 mil euros. Dinheiro essencial para continuar a missão na capital de distrito, garante o presidente da associação humanitária:

“É essencial para as pessoas de Bragança, é para elas que é atribuído.”

Os acordos representam, para o ano de 2022, pouco mais de meio milhão de euros, um valor semelhante ao do ano passado, confirma o presidente da câmara, Hernâni Dias:

“Os valores são variáveis consoante as necessidades. Este ano, como assumimos mais uma componente, ao nível da protecção civil, no que tem a ver com o funcionamento de outra EIP, obviamente que acresceram mais cerca de 37 mil euros.”

O montante global é de 354 mil euros, a que se somam 146 mil para o pagamento relativo ao funcionamento e manutenção das Equipas de Intervenção Permanente.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)