Aeródromo de Alijó vai ser reativado e transformado numa plataforma aeronáutica verde

É um projeto com um investimento inicial superior a sete milhões de euros que incluiu a reativação da pista, produção de aeronaves, testagem e investigação.

O presidente da Câmara de Alijó, José Rodrigues Paredes, explica que o objetivo, com três etapas, vai ser conseguido em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a empresa Skyline:

“A primeira fase consiste na reabilitação da principal pista do aeródromo e na construção de uma segunda pista à qual iremos chamar “pista verde”, porque toda a atividade que ali será desenvolvida vai ter um caráter ambiental.

A construção de infraestruturas para o ensino superior tem uma vertente de investigação muito significativa sob a tutela da UTAD. Vai trazer mais gente ao concelho de Alijó, vai dinamizar a restauração e a hotelaria. A terceira fase é a abertura do nosso aeródromo com uma pista que será alcatroada com mais de 1600 metros de extensão para a aviação comercial.”

José Paredes acredita que o aeródromo vai gerar atratividade na zona industrial de Alijó, nomeadamente empresas estrangeiras:

“Há várias empresas europeias que se relacionam com a Skyline para o desenvolvimento de equipamentos e combustíveis verdes. Têm a oportunidade de se fixar no nosso polo industrial, produzir cá e estar aqui ao lado.”

É também com os olhos postos no estrangeiro que a Skyline pretende desenvolver aeronaves no aeródromo de Alijó, explica Jerson Fernandes, elemento desta empresa

“A pista de Oliveira de Frades já é curta para os contactos que tivemos com países africanos e da América do Sul, onde esta categoria de aeronaves terá bastante aplicação, e já temos países interessados nos equipamentos. Vamos conseguir desenvolvê-las, testá-las e dar aqui formação.”

O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Emídio Gomes, espera que a reativação do aeródromo de Alijó e a instalação da Skyline contribua para fixar diplomados na universidade, nomeadamente na área da engenharia:

“Este projeto vai ter um enorme desenvolvimento na área da engenharia e engenharia de precisão. Nós somos um parceiro muito ativo desta empresa. Para além do aparelho tripulado terá também componentes de desenvolvimento na parte de manutenção e de peças de aeronáutica. A nossa universidade forma engenheiros neste domínio e a própria tipologia que aqui se desenvolve tem muito a ver com o futuro da agricultura de precisão neste território.”

A Skyline, criada há oito anos, tem capacidade instalada para produzir até 100 aparelhos por ano e vai mudar-se de Oliveira de Frades para Alijó.

Foto: Município de Alijó

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)