Foi a equipa que representou o Ginásio Clube de Bragança que venceu a primeira edição competitiva do Aziborne Extreme, que este sábado pôs sete equipas à prova em quatro modalidades, que ligaram a cidade de Macedo de Cavaleiros ao Azibo e à Serra de Bornes.
Rui Mila foi o parapentista desta equipa e individualmente conseguiu o segundo lugar. Conta que teve alguma sorte:
“A verdade é que tivemos um pouco de sorte. O primeiro testemunho a ser entregue não foi o nosso mas acreditámos na condição e descolámos. Tive a sorte de a essa hora estar a funcionar e ter-me dado sustentação até à aterragem.
Toda a nossa equipa esteve incrivelmente bem e isso nota-se pelos lugares que foram alcançando. Fomos conseguindo colmatar diferenças para as outras equipas que traziam atletas muito bons.O parapente é sempre aquela modalidade ingrata porque é muito estratega.”
Desta equipa fez também parte o ex-atleta olímpico ucraniano Andriy Petrova, que teve a seu cargo a prova de canoagem e conseguiu o primeiro lugar, ao fim de 20 minutos e oito segundos:
“Foi uma boa experiência mas não foi muito fácil. Não tive muito tempo para treinar mas dada a experiência e força que já tenho, acabou por dar bom resultado.”
No BTT, que teve o percurso mais longo nesta prova, ligando a Praia da Ribeira e a Serra de Bornes, a responsabilidade nesta equipa foi do terceiro classificado, João Dias, que alcançou a meta duas horas, 11 minutos e 34 segundos depois da partida.
Confessa não ter encontrado facilidades:
“Não foi muito fácil. Foram 25 km a rolar e os últimos oito foram de subida para a Serra de Bornes. A dificuldade esteve toda aí.
Foi uma brincadeira para a qual o grupo se juntou e fiz o treino que já faço habitualmente.”
Os 15 km de corrida foram percorridos por Nuno Quitério, que ficou em terceiro lugar com uma prova concretizada em 51 minutos e 57 segundos. Fala de uma concorrência forte:
“Fácil nunca é, principalmente quando temos atletas a competir com as condições que eles têm, de renome a nível nacional, e aqui refiro-me ao Rui Muga e ao Zé Carvalho, que são atletas muito bons, campeões nacionais. Nunca é fácil mas os treinos traduziram-se no resultado final.
A parte da competitividade também dá aqui mais uma motivação para participar.Acho que a atividade é interessante e deve ser divulgada, até porque são modalidades que, individualmente, já se praticam aqui na nossa região.”
A participar estiveram 28 atletas, quatro por equipa.
Um número que ficou aquém das expectativas da organização que espera contornar essa questão começando a fazer a divulgação mais cedo, refere o vice-presidente do município de Macedo de Cavaleiros, Rui Vilarinho:
“Esperávamos um pouco mais de equipas, mas não se conseguiu porque houve desencontros entre atletas e alguma dificuldade em fazer os grupos.
Acredito que uma divulgação feita mais cedo pode contornar este problema, talvez tenha sido uma lacuna nossa pois começámos a divulgar a prova em maio/junho, mas também estávamos condicionados à Covid-19, pois não sabíamos se tínhamos ou não condições para a fazer. Neste momento vamos começar já a reunir os elementos necessários, nomeadamente o trabalho de vídeo, para começar já a divulgar a edição do próximo ano.A prova correu muito bem, foi um dia excelente e houve características climáticas maravilhosas para o voo.Todos gostaram e houve muitas pessoas de Espanha e França a referir que o evento é extraordinário e a dizer que querem participar no próximo ano.”
Esta é uma prova pioneira em Portugal, que o município quer potenciar cada vez mais.
Visto serem modalidades praticadas no concelho de Macedo de Cavaleiros, é também uma forma de cativar o surgimento de mais atletas, considera o vice-presidente:
“De cativar, captar e de os acarinhar também.
São quatro modalidades praticadas no nosso território. Temos elementos de BTT suficientes e muitos não participaram por falta de equipa. Também há muitos de atletismo, visto o crescimento dessa secção do Clube Atlético, que tem cada vez mais participantes. No que respeita à canoagem, há aqui alguma dificuldade porque também ainda não temos essa modalidade verdadeiramente inserida no nosso concelho, só estará a partir do momento em que tenhamos feita a estrutura do Centro Náutico.Depois temos o parapente, que cada vez mais tem Macedo de Cavaleiros como uma referência, temos tido campeões e vice-campeões nacionais, competidores internacionais, e acredito que pode alavancar cada vez mais.”
Presente esteve também o vice-presidente da Federação Portuguesa de Voo Livre, Eugénio de Almeida, que vê neste tipo de eventos uma mais-valia:
“É extremamente importante pois é bom que aquilo que já se faz muito na Europa seja dinamizado em Portugal também, nomeadamente aqui em Macedo de Cavaleiros e no distrito.
Um dos pilares destas atividades é o incentivo de mais atletas para a prática da modalidade.”
A equipa vencedora recebeu o prémio maior, um cheque no valor de dois mil euros. Houve também prémios para a segunda e terceira classificadas, e para os três atletas vencedores de cada modalidade.
Escrito por ONDA LIVRE