Desta forma, os quatro municípios que o integram, ou seja, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Mogadouro e Torre de Moncorvo, comprometem-se a desenvolver uma gestão sustentável do território, baseada na agricultura biológica.
A distinção foi atribuída no domingo, em Mogadouro, na presença da Ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, que realçou a importância de fazer um uso mais eficiente dos recursos naturais, criando uma agricultura mais sustentável:
“Há todo um compromisso à volta da produção sustentável.
Bem sabemos que as alterações climáticas estão a trazer consequências muito graves para a produção agrícola, por isso precisamos aproveitar este momento, em que acontece a transição digital, com o uso da tecnologia para podermos produzir mais com menos, e fazer também a transição ecológica, garantindo o melhor uso e mais eficiente dos recursos naturais, valorizando os recursos endógenos e, com isso, podermos acelerar a transição, que já está a ser operada na agricultura.
Temos de falar na sustentabilidade económica, porque tem que gerar rendimento e porque tem de se olhar para a dimensão social.”
Este território abrange uma área de sete mil hectares, mais de 700 agricultores e cerca de 30 explorações pecuárias.
O presidente da Associação de Municípios do Baixo Sabor, Eduardo Tavares, explica que se segue agora um trabalho conjunto com os produtores e demais parceiros:
“Agora vamos pôr mãos ao trabalho, para que em conjunto com os nossos parceiros, com o território e com as forças vivas dos quatro concelhos, possamos fazer um pacto social para trabalharmos e valorizarmos mais este modo, mas também o território e os modos sustentáveis, com tudo aquilo que são as nossas atividades, sobretudo agrícolas, mas também envolvendo as atividades e desafios que temos na nossa região.
Queremos criar envolvimento e ainda mais importância na agricultura biológica, na eco agricultura e nos modos sustentáveis que temos no território.Com esta certificação não queremos criar mais burocracias e regras para os nossos agricultores e sim aumenta a nossa eficiência coletiva, trabalhar em equipa para podermos ganhar mais escala e podermos valorizar o território.”
Uma mais-valia para o ambiente e uma aposta no futuro, considera o presidente da câmara de Macedo, Benjamim Rodrigues:
“Faz todo o sentido caminharmos em conjunto para termos uma agricultura sustentável, modernizada mas com poucos produtos contaminantes.
Queremos um ambiente e economia sustentáveis e, acima de tudo, um desenvolvimento homogéneo para esta grande região, que embora tenha cerca de 33 mil habitantes, é uma zona de futuro.Será uma terra a apostar, de futuro, e as bio-regiões fazem parte de uma rede internacional, que neste momento comporta já 60 bio-regiões em todo o mundo, o que nos vai dar capacidade de intervenção e mobilização como nunca houve.”
Em 2019, Portugal tinha apenas 9% da superfície agrícola em modo biológico. Em 2021 chegou aos 19%, ultrapassando a meta que a Estratégia para a Agricultura Biológica tinha para Portugal, que era de 12%.
Escrito por ONDA LIVRE