A primeira etapa do 25º Portugal de Lés-a-Lés passou esta quinta-feira pelo concelho de Macedo de Cavaleiros.
Foram mais de 2500 os motociclistas que este ano alinharam em participar no maior passeio mototurístico de Portugal, e um dos maiores da Europa, que até sábado liga Bragança ao Algarve.
Os amantes das duas rodas chegam de todos os pontos do país e até do estrangeiro. Entre os participantes encontrámos um grupo de cinco motociclistas naturais da aldeia de Vale da Porca, no concelho de Macedo de Cavaleiros, que vieram da Suíça e de Lisboa propositadamente para participar.
Ricardo Patrício, que fez as vezes de porta-voz do grupo, conta que começaram a participar em 2017 e graças ao Lés-a-Lés ficam a conhecer lugares que de outra forma não conheceriam:
“Iniciámos a nossa primeira experiência em 2017, com um grupo de amigos aqui de Vale da Porca, e este ano quase repetimos o grupo.
Para nós o ponto de partida fica próximo, aqui em Bragança.
Alguns vêm de Lisboa e dois vêm diretamente da Suíça para participar no Lés-a-Lés. Ao chegar a Sagres cada um segue o seu destino.
O que nos une são as motas e sem dúvida que o Lés-a-Lés faz uns trajetos que nós, enquanto motociclistas, dificilmente teríamos conhecimento ou tempo para os fazer.”
Mas também há quem seja principiante nestas lides. É o caso de Sarmento, de Macedo de Cavaleiros:
“Decidi participar por gostar de motas e vai ser também uma aventura com o meu irmão.
Se a condição física o ajudar, cá estaremos. A chuva não impede os motociclistas. “
Também a participar pela primeira vez, mas do país vizinho, encontrámos Imaculada, para quem o percurso já começou no Norte de Espanha, onde reside:
“É a primeira vez.
Está a ser muito bonito.São muitos quilómetros até ao Algarve mas estou preparada.É um grande ambiente, muito bom.Quanto chegar ao Algarve tenho de voltar para o Norte de Espanha.”
No ano em que o passeio celebra 25º anos, a organização decidiu refazer o trajeto da primeira maratona, em 1999.
Um evento que, desde então, tem aumentado o número de participantes mas o objetivo é que não vá além do que já se alcançou, refere António Antunes, da Comissão de Moto turismo, da Federação Portuguesa de Motociclismo:
“Para mantermos o nível de qualidade não dá para continuarmos a crescer.
Quando os eventos têm muita gente há confusão, mais dificuldade, os acessos aos oásis são mais dificultados e a ideia é não aumentar.Há aqui participantes de vários países, inclusive americanos, holandeses, franceses e imensos espanhóis.”
O vice-presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Rui Vilarinho, congratula-se com a escolha do concelho para integrar a rota do Lés-a-Lés, por trazer várias mais-valias:
“Para nós é extraordinário e muito gratificante.
É uma forma de divulgarmos o nosso território sem sairmos daqui, de forma fácil e barata. Estas pessoas poderão levar daqui pontos de interesse que depois poderão ser alvo de visitação novamente, com as suas famílias.Felicito a organização por este ato de coragem de vir para o interior, também é importante para eles conhecerem o território.Também acaba por alavancar a economia local. Na noite passada a hotelaria esteve esgotada, assim como os restaurantes e cafés. As pessoas acabam sempre por comprar também alguma coisa da região.”
1110km ligam Bragança a Sagres neste 25º Portugal de Lés-a-Lés, cuja primeira etapa termina hoje em Viseu. Amanhã partem ruma a Ourém e terminam no sábado em Vila do Bispo, no Algarve.
Escrito por ONDA LIVRE