Sindicato dos Professores da Zona Norte aponta diferenças nos apoios entre professores do litoral e do interior

O Governo vai pagar um subsídio aos professores que se desloquem mais de 70 Km da sua residência para lecionar em agrupamentos de escolas com falta de docentes. O apoio varia entre os 150 e os 450 euros. No entanto, só se aplica em escolas de Lisboa, Alentejo e Algarve, onde há mais carência de professores.

Os sindicatos consideram que a medida devia ser aplicada a todo o país. Na região há docentes a fazerem mais de 100 Km por dia. Uma realidade apontada por Joaquim Salgueiro, dirigente de Bragança do Sindicato dos Professores da Zona Norte:

Na região de Bragança deslocam-se a grandes distâncias e vão ficar de fora destes apoios. Será justo? Não me parece. Portanto, nós continuamos a lutar, na deslocação, para aqueles que têm de ter duas habitações também têm de ter uma ajuda e aqueles que gastam dinheiro em material escolar para puderem dar as aulas.

A FENPROF já tinha proposto um subsídio para professores que se deslocam nas zonas do Interior, no entanto, não chegou a ser aprovado. Paula Tomé, do secretariado da FENPROF e dirigente de Bragança do Sindicato dos Professores do Norte, considera que os docentes da região também deviam ser contemplados:

Claro que fazia sentido para outras zonas, porque de Bragança mesmo que se desloquem para a zona do Douro Sul é muito distante, mas o Ministério teve esta decisão e não houve possibilidade de negociar. Se um professor da região for colocado em Lisboa, Alentejo e Algarve será contemplado com o subsídio. Ainda assim, o Sindicato dos Professores do Norte defende mais.

“A habitação era sem dúvida uma das melhores medidas”, defendeu.

Para o Sindicato Independente de Educadores e Professores este apoio do Governo cria desigualdade e pode ter impacto negativo no ordenado dos profissionais, uma vez que podem subir de escalão no IRS e ficar a ganhar menos.

O dirigente de Bragança, Carlos Silvestre, defende que os professores deveriam ser ressarcidos consoante os quilómetros feitos:

Para nós o que devia acontecer era ser pago ao quilómetro pela lei que está em vigor. Para os que fazem 600 quilómetros devia haver um apoio à habitação”, frisou.

A medida tem vindo a ser discutida entre o Ministério da Educação e os diferentes sindicatos.

A 21 de Outubro voltam a reunir para discutir a alteração do estatuto da carreira de docente.

INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Brigantia)